Votação do teto de ICMS para combustíveis expôs perda de poder de Rui sobre aliados

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A votação do projeto de lei que limita em 17% o ICMS cobrado sobre os combustíveis, aprovado ontem pelo Congresso, expôs o esvaziamento da influência do governador Rui Costa (PT) junto à bancada baiana na Câmara, a pouco mais de seis meses para o fim de seu segundo mandato. Dos 27 deputados do estado presentes quarta-feira da manhã no plenário, durante a análise do texto-base da proposta, todos foram favoráveis ao teto tributário para a gasolina e o diesel, mesmo com as queixas de Rui de que a Bahia sofrerá eventuais perdas bilionárias com as novas regras. A lista inclui até aliados leais de Rui, como os petistas Zé Neto, Valmir Assunção, Jorge Solla, Joseildo Ramos e Waldenor Pereira, além de Alice Portugal (PCdoB).

Negócios à parte
No dia anterior, dois dos três membros da Bahia no Senado – Otto Alencar e Angelo Coronel (PSD) – contrariaram o desejo de Rui e foram favoráveis ao governo Jair Bolsonaro no duelo em torno do ICMS. Apenas Jaques Wagner (PT) se posicionou ao lado do governador.

Mudança de hábito
Na Câmara, o descompasso dos deputados em relação a Rui Costa já vinha se delineando desde que PL, PP e parte do PSD iniciaram um processo de aproximação com o Palácio do Planalto. O processo ganhou intensidade a partir da filiação de Bolsonaro ao PL, seguida pela ruptura do PP com a base aliada ao PT na Bahia e pelo descolamento cada vez maior entre a bancada do PSD da Bahia e o governador. Antes, a maior parte dos parlamentares dos três partidos evitava votar em colisão frontal com os interesses de Rui, mas a postura mudou de modo súbito nos últimos três meses.

Saída pela direita
No caso da votação do ICMS, o alinhamento unânime da bancada baiana a favor do projeto foi resultado do forte componente eleitoral em torno dos planos para criar a trava máxima ao imposto. A avalanche negativa que desabou sobre os senadores refratários à proposta, majoritariamente do PT e MDB, fez com que os deputados da tropa de choque petista temessem os possíveis danos de se posicionar contra uma medida, em tese, de alto teor popular. Sobretudo, no momento em que o preço elevado dos combustíveis ocupa papel central na disputa de poder.

Brasa acesa
Pelo movimento nos escalões superiores do Ministério Público Estadual (MP), promotores graduados estão convictos de que o cerco do órgão às festas juninas nas cidades do interior em crise financeira ou situação de emergência não vai se restringir a Teolândia, Wenceslau Guimarães e Tancredo Neves. Internamente, a expectativa é de ofensivas em série nos próximos dias.

Mando de campo
As declarações em que os vereadores pedetistas Anderson Ninho e Emerson Penalva refirmam apoio incondicional ao prefeito Bruno Reis (União Brasil) na Câmara de Salvador tiveram um só objetivo: mostrar ao vereador Henrique Carballal que o apito dele no partido é mudo.   

Não é novidade, mas nos últimos anos defender o meio ambiente ficou muito mais arriscado no Brasil, quarto país onde mais se matam ambientalistas no mundo
André Fraga, vereador da capital pelo PV, ao comentar o caso Dom e Bruno, que entraram para a lista dos 653 ativistas assassinados desde 2002, segundo a ONG Global Witness

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