Um relatório desenvolvido pela Oxfam Brasil e Instituto Alziras apontou que a paridade de gênero nas prefeituras do país pode levar até 144 anos para ser alcançada. O estudo foi apresentado no Festival das Latinidades, em Brasília, no último domingo (24).
O estudo realizou uma análise do perfil de candidatura das pessoas eleitas entre 2016 e 2020, com recorte de gênero e raça. O relatório também leva em consideração a escolaridade, profissão, filiação partidária, distribuição regional e porte de municípios, a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Menos de 14% das candidaturas para as prefeituras no Brasil são realizadas por mulheres, segundo o estudo. Sobre as eleições legislativas dos municípios, o gênero feminino ocupa 35% das candidaturas às câmaras municipais.
Atualmente, 978 municípios (18%) não possuem mulheres eleitas nas atividades legislativas locais.
Na Bahia, o número de mulheres candidatas nas eleições municipais cresceu mais de 180% entre 2000 e 2020. Em Salvador esse número é ainda maior, com altas de 471,9% ao longo do mesmo período analisado (relembre aqui).
Vale lembrar que o Congresso Nacional aprovou neste ano a obrigação da destinação de 30% do Fundo Eleitoral para as candidaturas femininas, como uma forma de incentivo.
EQUIDADE RACIAL
Em relação a equidade racial, o mesmo levantamento afirma que a paridade entre raças pode levar cerca de 20 anos, caso seja mantido o ritmo das últimas eleições do Brasil.
Nas últimas eleições, as candidaturas negras foram maioria (51,5%) pela primeira vez na história, segundo o levantamento.
Porém , no Brasil, apenas 6,3% das vereadoras são negras e 57% dos municípios não possuem parlamentares pretos em sua composição legislativa.
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