Temas como identidade, território e poder são discutidos no espetáculo ‘O Caminho dos Mascates’, produção da companhia baiana Coletivo DUO, que inicia temporada neste sábado (1º), às 19h, na Arena do Teatro Sesc Pelourinho, depois da exibição on-line no começo do ano.
Com texto do escritor e performer Denisson Palumbo e direção de Elisa Mendes, o musical imagina um Nordeste separado por um muro imaginário, território onde circulam os vendedores viajantes, com suas malas, questionamentos e muitas tradições culturais.
Os mascates são vividos pelos atores Israel Barretto, Marcos Lopes e Saulus Castro – Antônio Corrente, Antônio das Velhas e Antônio Massangano, respectivamente – que repensam suas vivências e produzem repentes a partir de dúvidas territoriais e existenciais. Eles simbolizam o desejo de renovação e expansão, mas sempre com leveza e bom humor.
Palumbo conta que o texto foi escrito entre março e junho de 2020, no começo da pandemia da covid-19, e tem como referência o clássico Os Sertões, de Euclides da Cunha, �??obra fundamental para entender o Brasil e reinventar o Nordeste�?�, afirma. O espetáculo interroga o que seria a identidade cultural contemporânea de uma nova nordestinidade.
Elisa Mendes destaca que O Caminho dos Mascates reflete sobre �??os Brasis que temos�?� e sobre �??as muralhas que nos afastam, que nos segregam�?�, sendo a muralha �??a própria lida, os impedimentos constantes para que a nossa sociedade avance�?�.
O ator Saulus Castro também assina a direção musical da montagem, que funde sonoridades nordestinas marcantes, como baião, aboio, samba de roda, maracatu, frevo e xote, entre outras. Já a direção de arte é de Guilherme Hunder, Cenário e figurinos trazem elementos em tecidos em algodão, couro , madeiras �?? com predominância de tons terrosos- para remeter a este Nordeste possível. Arena do Sesc Senac Pelourinho.
Ficha
Estreia: sábado (1), às 19h
Temporada: sextas e sábados, às 19h, até 28/10
Ingressos: R$ 30 | R$15, à venda no Sympla e na bilheteria
Diversão no Fim de Semana
Os últimos dias de Lima Barreto
O drama vivido pelo escritor Lima Barreto (1881-1922) em seus últimos dias de vida inspirou o elogiado espetáculo teatral Lima Barreto, ao Terceiro Dia, de Luís Alberto de Abreu, que agora ganha adaptação para o cinema. Dirigido por Luiz Antonio Pilar, o longa aborda os três dias da última internação hospitalar do escritor no manicômio D. Pedro II, em 1919, no Rio de Janeiro, após uma forte crise de alucinação.
O roteiro traz Lima Barreto em duas versões: aos 42 anos, interpretado por Luis Miranda, e mais jovem, aos 30, na pele do ator Sidney Santiago Kuanza, fruto da sua memória e alucinações constantes. A narrativa funde diferentes dimensões na vida do autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma: a real, quando ele conversa com um doente mental com quem divide o quarto no hospital, as lembranças e a fantasia, quando é visitado por seus próprios personagens. O filme venceu os prêmios de Roteiro e Direção de Arte no Cine PE 2021. Em cartaz no Cine Metha Glauber Rocha e UCI Shoppings Barra e Bahia.
Exposições que nos tiram do lugar comum
Foto: Patrícia Almeida/divulgação |
Interação com a arte da Laerte
Se você foi à Concha Acústica ou à Sala do Côro estes dias teve a feliz surpresa de cruzar com a exposição Laerte Tempo Presente, da cartunista paulista Laerte Coutinho. Instalada durante o IC Encontro de Artes, no final de agosto, a seleção de tirinhas, irreverentes e ácidas, falam de temas como o tempo, transformações e processo de envelhecimento. A mostra pode ser vista gratuitamente na Esplanada do Teatro Castro Alves até terça-feira, das 13h às 20h. E o mais legal é que fica a céu aberto.
Foto: Divulgação |
Encontro poético entre bordado e fotografia
�? preciso chegar perto e focar nos detalhes. Aparentemente, a exposição Salvador na Linha, em cartaz no Teatro Gregório de Mattos, apresenta 27 belas imagens de Salvador assinadas pela fotógrafa Marisa Vianna. Mas não é só isso. Cada uma delas, impressa em tecido, foi recriada com pontos de bordado, que criam efeitos surpreendentes na paisagem da cidade. Marisa conta que chegou à técnica motivada pela saudade durante a pandemia. Visitação gratuita até 04/11, de quarta a sábado, das 14h às 18
Que você achou desse assunto?