Desde o lançamento do documentário Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez pela HBO Max, em julho deste ano, a morte da “namoradinha do Brasilâ€, que aconteceu em 1992, voltou a impactar o Brasil. Agora, o advogado e jornalista Bernardo Pasqualette lança o livro Daniella Perez: Biografia, Crime e Justiça, onde dirige na contramão da minissérie do streaming, que não ouviu nem mesmo relatou as posições de Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, assassinos da filha de Glória Perez.
Em Daniella Perez: Biografia, Crime e Justiça, lançado pela editora Record, Pasqualette cede espaço inédito para a versão da defesa dos condenados pelo crime. Escrito sob a forma de uma reportagem literária, o livro é composto de um perfil biográfico de Daniella e uma análise do crime que a vitimou.
Assista a entrevista completa:
Trata-se de uma biografia não autorizada que se vale majoritariamente de fontes primárias, traz análises de inúmeras reportagens sobre a investigação criminal, o julgamento e a execução das penas dos réus, além do processo que os condenou por homicÃdio duplamente qualificado.
Em conversa com o Metrópoles, Pasqualette explica o motivo de defender o posicionamento de ambas as partes. Ele ainda revela que foi ameaçado por Juliana Lacerda, viúva de Guilherme de Pádua, que morreu no último dia 6 vÃtima de um infarto fulminante, e detalhou o encontro que teve com Glória e Rodrigo Perez, mãe e irmão de Daniella, para apresentação da obra.
“O meu compromisso é com a informação do público e eu tenho muito interesse de que meu livro sobreviva ao tempo. Informar ao púbico sem censuras ou sem embargos para mim, é um valor inegociável. Por mais indefensável que seja o crime, o contraditório é um valor de qualquer sociedade democrática. Eu ouvi os dois promotores que atuaram no caso, ouvi o delegado, ouvi chefe do cartório do Tribunal do Júri, ouvi o juiz, ouvi os dois advogados, o doutor Paulo Ramalho e o doutor Carlos Machado, advogados do guilherme e da Paula Thomaz, respectivamenteâ€, apontou o jornalista.
“Isso não quer dizer que eu endosse ou concorde com os pontos de vista da defesa, mas meu dever, como jornalista, é ouvi-losâ€, completou.
Sobre o encontro com Glória Perez, autora de novelas da Globo que participou da série da HBO Max com a condição de que os assassinos da filha não fossem ouvidos, Bernardo deixou claro que encontrou com a dramaturga e seu filho no Fórum do Rio de Janeiro. A mãe de Daniella, no entanto, não aceitou que a conversa avançasse para uma entrevista:
“Eu franqueei o espaço para a famÃlia da Daniella e para os condenados pelo crime. Em janeiro de 2022, a Glória e o Rodrigo Perez concordaram em conversar comigo, no Fórum do Rio. Tivermos uma conversa franca, transparente, serena, e não evoluiu para uma entrevista.â€
Sobre a tentativa de contato com Guilherme de Pádua, ele contou: “Eu mandei um e-mail para a Igreja da Lagoinha [da qual o ex-ator fazia parte], eu tentei entrar em contato pelas redes sociais, entrei em contato com a última esposa dele. Pelas redes sociais e também pelo advogado que o defendeu no Tribunal do Júri. Meus contatos nunca foram retornados.â€
Ameças de Juliana Lacerda Pasquelette relatou que foi vÃtima de ameaças por parte de Juliana Lacerda, esposa de Guilherme de Pádua. Logo após a série da HBO Max, onde o ex-ator alegou não ter tido chance de dar sua versão da história, Bernardo tentou contato para entrevistá-lo, mas foi ameaçado por Juliana.
“Eu entrei em contato com a última esposa dele, depois dessa discussão que [ele] não tinha sido ouvido. [Falei que o] espaço está franqueado, e eu recebi como resposta que eles tentariam travar o livro, iriam falar mal do livro, como se fossem formadores de opinião. [Disseram também] Para eu tomar cuidadoâ€, relatou.
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