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SSP cria Centro de Comando para monitorar ataques a escolas nesta quinta (20)

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A Secretaria de Segurança Pública (SSP) montou um Centro Integrado de Comando e Controle para supervisionar especificamente a situação das escolas na Bahia. A ronda escolar foi reforçada, e o monitoramento de redes sociais, intensificado. As medidas foram adotadas por conta de um possível ataque coordenado às escolas, nesta quinta-feira (20). Desde o começo de abril, a pasta investigou 132 denúncias.

As informações de um possível ataque coordenado às escolas no dia 20 de abril está circulando nas redes sociais há pelo menos duas semanas. Desde então, episódios de estudantes apreendidos com bombas caseiras e armas brancas têm crescido no estado. Nesta quarta-feira (19), houve um caso em Sussuarana, em Salvador. Na semana passada, um estudante foi preso com uma faca em Fazenda Grande I.

O secretário da SSP, Marcelo Werner, afirmou que desde o começo de abril a ronda escolar foi reforçada, como parte da Operação Escola Segura, e que o Centro de Comando foi implantado, nesta quarta-feira, para monitorar a situação desses possíveis ataques coordenados na quinta-feira.  

“Esses são os dias que entendemos como mais críticos, mas podemos estender o prazo de funcionamento. É o mesmo Centro de Comando que usamos nas grandes operações, a exemplo do carnaval, onde ficam no mesmo ambiente representantes de diversos órgãos, o que facilita o atendimento quando há uma ocorrência”, explicou.

A estrutura consegue abrigar representantes de 20 órgãos e instituições, como polícias Federal, Civil e Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Bombeiros Militares, entre outros. Desde o começo do mês, cerca de 30 adolescentes e dois adultos foram conduzidos até uma delegacia para prestar esclarecimentos sobre ataques em escolas. Os policiais apreenderam também 20 armas bancas e dois simulacros de armas de fogo.

Reunião
Nesta quinta-feira (20), ocorrerá a primeira reunião do Comitê Estadual Intersetorial de Segurança nas Escolas e nos Espaços Educacionais da Bahia (Cise), criado para pensar estratégias de enfretamento a violência nas escolas. O órgão é composto por representantes do governo e da sociedade civil. 

O comitê foi apresentado durante um evento, nesta quarta-feira (19), no auditório do Centro de Operações e Inteligência (COI) da SSP. Durante o discurso, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) disse que não há como disponibilizar uma viatura para cada escola, que é contrário a presença de policiais dentro dos colégios e ao uso de detector de metais. O posicionamento teve apoio de professore e estudantes.  

“Imagine a cena de nossos estudantes sendo revistados por um equipamento como esse, tendo que abrir a mochila por causa da espiral de um caderno. As câmeras existem nas escolas para efeito de defesa do patrimônio e para acompanhar o comportamento, não para ficar assustando. Não vamos colocar cerca com arame farpado nos muros das escolas, e nem cacos de vidros ou equivalentes. Não vamos tratar a escola dessa forma”, disse.

Cabe ao Cise propor, implementar e monitorar medidas estruturadas na forma de Plano de Ação, com definição de metas de resultado e indicadores de monitoramento, atuando em cinco eixos: Ações Transversais de Governo; Saúde Escolar; Formação; Mais Cultura Corporal, Arte, Saúde e Aprendizagem; e Mobilização e Engajamento.

A titular da Secretaria da Educação, Adélia Pinheiro, que lidera o comitê, contou que as reuniões ocorrerão na sede da SEC, no Centro Administrativo da Bahia, e a primeira está marcada para esta quinta-feira (20), às 14h.

“O trabalho do Comitê, que é intersetorial, é o trabalho de governança, de identificação, de pactuação do que há a fazer, de um plano de ação com a participação não somente dos entes do governo, mas também dos entes privados, das instituições que estão fora do Executivo, que podem de forma articulada trazer um avanço, um enfrentamento da situação que estamos passando”, explicou.

Abraço
As escolas vão funcionar nesta quinta-feira, mas o governador pediu que os diretores e coordenadores pedagógicos pensem ações especiais para o dia, como palestras, círculos de conversa, poesias e debates para combater o que ele classificou como uma cultura do medo. O objetivo é que o dia seja de reflexão e paz, por isso, ele convidou a comunidade escolar para “abraçar a escola”.

Representantes da sociedade civil alternaram a palavra no púlpito e destacam que existe um adoecimento psicológico de professores, estudantes e funcionários, pediram que as famílias redobrem a atenção com os filhos e cobraram do governo ações efetivas de enfrentamento a violência nesses espaços.

O presidente da Associação Bahiana de Estudantes Secundaristas (Abes), Vitor Queiróz, afirmou que os alunos estão com medo de ir para a escola, porque estão se sentindo inseguros. Durante o evento, alguns deles contaram que não vão para as aulas nesta quinta-feira, e lamentaram a situação.  

“Estamos colhendo os frutos dos últimos seis anos do desmonte na educação, da ciência e da tecnologia. Estamos colhendo os frutos do discurso de ódio, da fake News, da mentira e de tudo que foi propagado nos últimos governos. De norte a sul do país, jovens de várias escolas estão se inspirando em fóruns supremacistas e nazistas para disseminar o terror nas escolas”, disse.

O governo criou um novo canal para denúncia, através do 181. Estudantes, professores, funcionários e pais podem alertar as autoridades sobre possíveis ocorrências de ataques. O comitê também é responsável pela elaboração de uma cartilha com orientações sobre como proceder nessas situações, que será distribuída nas escolas e em outros espaços públicos.

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