Israel pretende banir canais estrangeiros de notícias durante a guerra

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

O governo de Israel anunciou, nesta sexta-feira (20/10), uma série de regulamentos de emergência que visam fechar emissoras internacionais no país durante a guerra com o Hamas alegando que algumas coberturas “prejudicam a segurança nacional”. A entrada em vigor das regras ainda depende de procedimentos burocráticos.

“Israel está em guerra em terra, no ar, no mar e na frente da diplomacia pública. Não permitiremos de forma alguma transmissões que prejudiquem a segurança do Estado”, disse o ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, em nota.

A censura de canais estrangeiros no país coincide com o momento em que o governo de Benjamin Netanyahu é criticado por parte da mídia, principalmente a árabe, por sua atuação na Faixa de Gaza. Recentemente, o Israel foi alvo de uma disputa de narrativas com grupos palestinos após o bombardeio do hospital Ahli Arab, no norte de Gaza.

Após o ataque, Israel alegou que a Jihad Islâmica teria sido o responsável pelo lançamento do míssil. Contudo, o argumento israelense foi refutado não só pelo grupo, como também pela Al Jazeera, que trouxe supostas provas de que o disparo foi feito por forças israelenses.

No comunicado divulgado nesta manhã, a emissora financiada pelo governo do Catar é a única citada, dando a entender ser o principal alvo do governo de Israel.

“As transmissões e reportagens do canal Al Jazeera constituem um incitamento contra Israel, servido ao Hamas e Daesh (Estado Islâmico) e às organizações terroristas na propaganda e encorajando a violência contra Israel, prejudicando assim a segurança do Estado”, disse o ministro.

A medida de banimento ainda precisa da aprovação do Ministro da Defesa, Yoav Gallant, e do Gabinete de Segurança, o que deve acontecer segundo o ministro das Comunicações israelense.

Cobertura perigosa O governo de Israel é bastante criticado pro sua atuação contra jornalistas que cobrem os conflitos no contexto da atuação israelense na Palestina. Um casos mais emblemáticos aconteceu em maio do ano passado, após a correspondente da Al Jazeera Shireen Abu Akleh ser morta com um tiro na cabeça em Jenin, na Cisjordânia ocupada, mesmo identificada como profissional da imprensa.

Na época, Israel negou que o disparo teria partido de seus soldados, mesmo com diversos jornalistas presentes no local afirmando que no momento do assassinato não havia um combate com palestinos.

Desde o último dia 7 de outubro, quando a guerra entre Israel e Hamas teve início, 21 profissionais de imprensa já morreram e outros oito ficaram feridos, segundo o Comitê de Proteção a Jornalista (CPJ). Deste número, 17 eram jornalistas palestinos, 3 israelenses e 1 libanês. Segundo inf0rmações do comitê, a maioria das mortes acontece após ataques israelenses.

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Ceni eleva valor a receber e Cruzeiro atualmente deve mais de R$ 3 milhões ao treinador

Em processo movido em segredo de Justiça, o atual treinador do Bahia e ex-técnico do Cruzeiro, Rogério Ceni, conseguiu elevar o valor que tem a receber do clube mineiro para mais de R$ 3 milhões. A informação foi publicada inicialmente pelo site ge.globo. A decisão aconteceu há umas semanas atrás, e foi aceita pela 1ª

Homem apontado como autor de homicídio em praia da Boca do Rio é preso

Um dos suspeitos de matar um homem na praia da Boca do Rio, em Salvador, nesta quinta-feira (9), foi preso por policiais da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). A vítima, que ainda não foi identificada, foi encontrada com ferimentos causados por arma branca.     O suspeito foi

Juízes do DF poderão repassar valores de “multas judiciais” ao RS

Frente à situação de calamidade pública enfrentada pelo Rio Grande do Sul (RS), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) autorizou repasses de valores depositados como pagamento de prestações pecuniárias e outros benefícios legais à conta da Defesa Civil do RS. A autorização vale para os juízos criminais e de execuções