Londres: quem é o brasiliense morto ao ser atropelado por uma viatura

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Cristopher de Carvalho Guedes, de 26 anos, morreu em Londres, nessa quinta-feira (12/10), depois de ser atingido por carro de polícia que furou um sinal vermelho. Ele nasceu no Gama e, buscando uma vida melhor, se mudou para a Inglaterra há um mês junto com a esposa. O homem fazia serviços de entregador com sua moto, mas buscava um emprego mellhor.

Cristopher era apaixonado por futebol e participava de diversos campeonatos amadores no Distrito Federal e Entorno. Ele compartilhava cada conquista no esporte nas redes sociais. Em uma das postagens, o homem comemorou a marca de 19 títulos: “Enquanto uns menosprezaram, continuo escrevendo história”.

Religioso, o jovem era uma figura atuante dentro de sua igreja no Gama, sendo comum que ele comandasse os cultos e fizesse orações para todos os presentes.

“Ele estava muito feliz. Todas as vezes, falava como lá [em Londres] era maravilhoso, que a comida era mais barata, que tinha lugares lindos, que ele morava ao lado de um estádio de futebol enorme…”, relatou a irmã de Cristopher, Thaisa de Carvalho Guedes, 31.

Ela também disse que o irmão elogiava o tráfego da cidade: “Por incrível que pareça, ele dizia que o trânsito de lá era muito bom, que as pessoas andavam devagar e não corriam, como aqui no Brasil, que as pessoas eram educadas e não precisávamos nos preocupar”.

Thaisa acrescentou que Cristopher também queria levá-la para Londres e que a mudança estava planejada para o fim deste ano. Após a morte do irmão, porém, os planos foram cancelados. “Perdi um pedaço de mim em busca de um sonho lá”, lamentou.

Agora, a família planeja trazer o corpo de Cristopher de volta para o Brasil, para enterrá-lo. No entanto, o traslado do corpo custa 17 mil libras — o equivalente a R$ 102 mil. Impossibilitados de pagar esse valor, parentes do motociclista criaram uma vaquinha para arrecadar o dinheiro necessário aos procedimentos.

Atropelamento Cristopher pilotava uma motocicleta, quando um veículo da polícia inglesa ultrapassou o sinal vermelho na via oposta e o atingiu. A vítima ia a uma lanchonete acompanhada do primo Wandeson Alves, 26, também brasiliense.

Cada um dirigia a própria moto, mas apenas Cristopher se feriu. Ele teve uma costela fraturada e o pulmão perfurado. Até a publicação desta reportagem, nenhum veículo de notícias londrino havia noticiado o ocorrido.

Antes de se mudarem para a Inglaterra, Cristopher e Wandeson moravam no Gama. A testemunha relatou que as equipes de socorro ficaram no local por cerca de 40 minutos. Depois, uma ambulância levou a vítima para um hospital localizado a uma hora de distância. “Havia outros mais próximos, mas disseram que só aquele [para o qual se dirigiram] tinha preparo para a situação”, contou.

O motociclista deu entrada na unidade de terapia intensiva (UTI) com vida, mas não resistiu. O cérebro de Cristopher chegou a inchar devido à falta de oxigênio, segundo Wandeson.

O primo da vítima relatou que a polícia não se manifestou sobre a morte até o momento. A única informação que a família de Cristopher recebeu foi de que, pelo fato de a colisão ter envolvido a força de segurança inglesa, outro órgão teria de conduzir as investigações.

Na tarde desta sexta-feira (13/10), moradores e conhecidos da vítima se reuniram próximo ao local do acidente, em uma motociata, para cobrar justiça pela morte do brasiliense.

Veja imagens:

Sobre o caso, o Metrópoles entrou em contato com a embaixada do Reino Unido no Brasil. O órgão enviou uma nota do Independent Office for Police Conduct (IOPC), informando que uma investigação independente já foi iniciada: No momento da colisão, o policial que conduzia a viatura policial estava atendendo a uma chamada de emergência com as luzes e sirenes do veículo acionadas.

“Após sermos notificados do incidente pelo Metropolitan Police Service’s Department of Professional Standards, enviamos investigadores ao local e à polícia após os procedimentos do incidente para começar a coletar evidências. Entraremos em contato com a família do homem oportunamente para explicar nosso papel”, afirmou o IOPC.

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