Israel prossegue com operação no maior hospital de Gaza

Publicado:

ef6a6356985f1fa69e0a5d7365afae370f22720b

O Exército de Israel prosseguiu nesta quinta-feira, 16, com a operação no principal hospital de Gaza, onde afirma que o Hamas esconde um posto de comando militar estratégico, apesar das críticas e da preocupação internacional com os civis que estão refugiados no complexo médico. “Esta noite realizamos uma operação seletiva no hospital Al Shifa. Continuamos avançando”, declarou o general de divisão Yaron Finkelman, que comanda as operações israelenses em Gaza. O Exército israelense confirmou à AFP durante a manhã que seus soldados permanecem mobilizados no complexo médico, o mais importante da Faixa de Gaza, onde a ONU calcula que estão quase 2.300 pessoas, entre pacientes, profissionais da saúde e deslocados. O Ministério da Saúde do território palestino afirmou que “buldozeres israelenses destruíram diversas áreas da entrada sul” do hospital. Israel alega que o Hamas utiliza o hospital como base militar, uma acusação corroborada pelo governo dos Estados Unidos, mas que o movimento islamista palestino nega.

Em uma primeira incursão na quarta-feira, 15, o Exército israelense anunciou que encontrou “munições, armas e equipamentos militares” pertencentes ao Hamas, que é considerado um grupo “terrorista” por Estados Unidos, União Europeia e Israel. As Forças Armadas divulgaram imagens de armas, granadas e outros equipamentos de guerra, e afirmaram que eram procedentes de sua operação em Al Shifa. A AFP não conseguiu confirmara as acusações com fontes independentes. O Ministério da Saúde do Hamas rebateu e afirmou que o Exército israelense não encontrou “armas nem equipamentos militares” porque o grupo islamista “não autoriza” a posse de dispositivos bélicos nesses estabelecimentos.

Pela primeira vez desde o início da guerra, o Conselho de Segurança da ONU conseguiu aprovar, nesta quarta, uma resolução para pedir “pausas humanitárias” na Faixa de Gaza. O texto, aprovado com 12 votos a favor e três abstenções de Estados Unidos, Rússia e Reino Unido, pede “pausas e corredores humanitários amplos e urgentes por um número suficiente de dias” para permitir a chegada de ajuda humanitária aos civis da Faixa de Gaza. Segundo um jornalista colaborador da AFP presente em Al Shifa, dezenas de soldados israelenses entraram na quarta-feira no hospital e pediram a “todos os homens com mais de 16 anos” que seguissem “para o pátio interno para a rendição”. Os soldados revistaram mulheres e crianças que choravam e seguiram de quarto em quarto, atirando para o alto, em busca de combatentes do Hamas, segundo o repórter.

A primeira incursão no hospital provocou críticas internacionais e pedidos de proteção aos civis palestinos, tanto da ONU como de países como França, Catar e Turquia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu a Israel que seja “extremamente cuidadoso” na operação dentro do hospital. Mas o presidente americano, um aliado crucial de Israel na guerra contra o Hamas, também considerou que não é realista pensar que o país interromperá a operação.

*Com informações da AFP

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Principal suspeito do caso Madeleine McCann deixa a prisão na Alemanha

Christian Brückner, o principal suspeito do desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann em 2007, foi liberado da prisão nesta quarta-feira, 17 de setembro,...

Juiz de Nova York retira acusações de terrorismo contra Luigi Mangione por assassinato de CEO

O juiz de Nova York responsável pelo caso de Luigi Mangione decidiu retirar as acusações de terrorismo ligadas ao assassinato de Brian Thompson,...

ONU manifesta preocupação com restrições de vistos dos EUA ao Brasil

A Organização das Nações Unidas (ONU) está preocupada com as possíveis restrições de vistos impostas pelos Estados Unidos aos brasileiros. Essa situação afeta...