Justiça torna réus 19 denunciados por elo de empresa de ônibus com PCC

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

São Paulo — O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) acatou nessa terça-feira (16/4) a denúncia que torna réus 19 envolvidos com a Upbus, empresa de ônibus que seria ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Os denunciados são suspeitos de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas da facção.

As investigações fazem parte da Operação Fim da Linha, deflagrada em 9 de abril. A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e faz parte da Operação Fim da Linha.

O grupo da UpBus é acusado de lavar R$ 20,9 milhões do PCC, obtidos com tráfico de drogas e outros crimes.

Na decisão dessa terça-feira, a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões em patrimônio para garantir o pagamento a título de dano moral coletivo.

Oo sócio da empresa e também acusado de ser um dos líderes da facção, Alexandre Salles Brito, o Buiú, foi preso preventivamente na terça. Envolvidos no esquema, outros dois investigados estão foragidos: Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, 45, que é apontado como o chefe do esquema, e Décio Gouveia Luiz, o Décio Português.

 

Buiú Com passagens por roubo, tráfico de drogas e porte ilegal de armas, Buiú faz parte da Sintonia Geral do Progresso, célula reservada a integrantes da “mais alta cúpula”, responsável pelo comércio ilegal de cocaína, a principal atividade do PCC, de acordo com a denúncia.

Em 2004, ele foi flagrado transportando uma submetralhadora, sem autorização. Já em 2012, foi preso novamente por estar com 10,5 quilos de maconha, além de um fuzil ruger .30 e munições calibre .556.

Na ocasião, Buiú ainda tentou subornar PMs da Rota para não ser detido. Ele seria condenado a 12 anos de prisão, em regime inicial fechado, pelos crimes.

O seu nome também consta na primeira grande denúncia por associação oferecida pelo MPSP, em 2013, contra 174 lideranças do PCC – lista que inclui Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o chefão da facção.

“As provas colhidas demonstraram que Buiú tinha relação próxima com Silvio Luiz Ferreira [Cebola] e, constantemente, tratava por telefone a respeito da logística do tráfico de drogas, mencionando, inclusive, algumas reuniões, no interior da sede da UpBus”, diz a denúncia.

UpBus A empresa de ônibus teria sido criada já com objetivo de lavar dinheiro do PCC, segundo o MPSP. O esquema envolvia desde distribuição desordenada de lucros e dividendos para diretores, a movimentações financeiras feitas até em nome de loja de brinquedos.

Segundo a investigação, a UpBus foi aberta pelos sócios Ubiratan Antonio da Cunha, Marcelo Paschoal Cardoso e Luiz Carlos Calegari – todos denunciados na Operação Fim da Linha. Com cotas igualmente distribuídas, a empresa tinha capital social de R$ 1 milhão em 2014.

Levantamento da Receita Federal, no entanto, indicou que os fundadores “não dispunham de capacidade patrimonial” para justificar esse valor. Marcelo, por exemplo, teria supostamente contribuído com 53 veículos para entrar na sociedade, mas só um deles era declarado.

Menos de um ano depois, em maio de 2015, a empresa virou uma sociedade anônima de capital fechado e houve, a partir de então, o ingresso de mais de 70 acionistas – parte deles também suspeita de ostentar patrimônio sem lastro, segundo o MPSP. Com isso, o capital social saltou para mais de R$ 20 milhões.

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Grupo de pesquisa de processo penal da Ufba abre inscrições para curso de introdução do garantismo penal

O Grupo de Pesquisa Processo Penal e Democracia, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), está com inscrições abertas para  o curso Introdução do Garantismo Penal. As aulas serão ministradas pelo professor Elmir Duclerc, nos dias 6, 8, 13 e 15 de maio, no edifício sede da Faculdade de Direito da Ufba, a partir das 18h30.

Zanin revoga prisão preventiva de advogado condenado por se apropriar de valores de clientes na Bahia

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, decidiu substituir a prisão preventiva do advogado Carlos Humberto Ramos Lauton, condenado por apropriação indébita de valores de clientes após ações ganhas na Justiça, por outras cautelares alternativas.    Lauton foi preso preventivamente em novembro de 2020, em Vitória da Conquista, após ser dado como foragido.

Vídeo: mulher é apalpada por motociclista enquanto caminhava em Manaus

Uma mulher foi vítima de importunação sexual enquanto andava em uma rua no bairro Dom Pedro, no centro-sul de Manaus. Imagens que circulam nas redes sociais mostram um homem, sobre uma moto, apalpando as partes íntimas da vítima. Até o momento, o criminoso não foi identificado. Veja: O registro mostra o homem parando a vítima