Um comentário de um ministro do governo espanhol sobre o presidente argentino, Javier Milei, provocou uma troca de acusações entre autoridades dos dois países.
De um lado, o chefe da pasta de Transportes da Espanha sugeriu que Milei fosse usuário de drogas. De outro, o governo argentino afirmou que as políticas do governo socialista espanhol “só levam pobreza e morte”.
Durante um evento do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) nessa sexta-feira (3/5), o ministro dos Transportes da Espanha, Óscar Puente, disse que Milei fez uso de “substâncias”.
“Vi Milei na TV. E quando saiu (…), não sei se foi antes ou depois de ingerir substâncias (…), eu disse: ‘É impossível que ganhe as eleições’”, disse o ministro do governo Pedro Sánchez, segundo a agência de notícias AFP.
Em uma publicação nas redes sociais, a Presidência da Argentina reagiu ao comentário do governo espanhol: “Sánchez (…) colocou em perigo a classe média com as suas políticas socialistas que só levam pobreza e morte”, diz o texto.
O governo Milei ainda acusou Sánchez de ter “comprometido a unidade do Reino, concordando com os separatistas e levando à dissolução da Espanha”. Ele se refere ao acordo com os partidos separatistas para formar um governo em 2023, que provocou forte reação da direita e da extrema direita espanhola.
Nesse sábado (4/5), o governo da Espanha voltou a se manifestar. “O governo da Espanha rejeita categoricamente os termos infundados da declaração emitida pela Presidência da República Argentina, que não correspondem às relações de dois países e povos irmãos”, disse.
“O governo e o povo espanhol continuarão mantendo e reforçando os seus laços fraternos e as suas relações de amizade e colaboração com o povo argentino, vontade compartilhada por toda a sociedade espanhola”, afirmou.
Milei vai à Espanha nas próximas semanas. Lá, não se encontrará nem com Sánchez, nem com o rei Felipe VI. Participará de um evento do partido de extrema direita Vox.
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