Venezuela, entre a ditadura que segue e a democracia que volta

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O cenário político na Venezuela se desdobra em meio a incertezas, com a possibilidade de um banho de votos em favor da oposição à ditadura de Nicolás Maduro. No entanto, também paira o temor de um banho de sangue caso Maduro não aceite uma derrota nas eleições presidenciais.

Recentemente, Maduro alertou sobre a possibilidade de conflitos, atribuindo a responsabilidade ao “imperialismo americano”. Em suas palavras: “Não há chance de perder. Ninguém pode mudar o que está destinado para o futuro do nosso país. Os piores momentos já passaram”.

A decisão de evitar um potencial banho de sangue repousa nas mãos dos militares, aliados de Maduro desde a morte do ex-presidente Hugo Chávez há mais de uma década. Bastaria que eles garantissem a posse do presidente eleito para acalmar os ânimos. A grande dúvida é se isso acontecerá.

Apesar das pesquisas indicarem a favorabilidade ao candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, com uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre Maduro, há ceticismo em Caracas quanto a um possível resultado favorável.

Uma eventual vitória de Urrutia, ainda que previsa por uma margem estreita de votos, reflete o anseio por mudanças da população venezuelana diante do caos econômico e social que assola o país.

Por outro lado, o chavismo, com seu poderio e influência consolidados ao longo de 25 anos de governo, mobiliza-se para manter seu domínio. Maduro, envolvido em acusações de fraudes eleitorais, conta com o apoio de uma máquina política bem estruturada.

O aparato das Forças Armadas venezuelanas, com 115 mil militares ativos e 8 mil na reserva, desempenha um papel crucial no atual cenário. Além disso, o controle de setores estratégicos como petróleo, mineração e comércio fortalecem a influência militar.

Há denúncias de envolvimento de altos membros do governo em atividades ilegais, como o narcotráfico. A crise no país, evidenciada pela fuga de milhões de venezuelanos em busca de condições de vida melhores, promete agravar-se caso não haja mudanças significativas.

Os desafios e as incertezas do país persistem à medida que se aguarda o desfecho das eleições, cujo resultado deve ser anunciado pela autoridade eleitoral venezuelana nas primeiras horas da segunda-feira, horário de Brasília.

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