Nova versão de programa pré-impeachment de Dilma afasta MDB de Lula

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Voltado para as eleições de 2026, o MDB está elaborando um documento estratégico que delineia as diretrizes e propostas do partido, preparando-se para as iminentes articulações que definirão as alianças em torno da corrida presidencial. A intenção é consolidar a imagem do MDB como uma alternativa eleitoral, afastando-se das possibilidades de apoio à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo com três ministros do MDB integrando seu governo.

Internamente denominado como uma nova versão do “Ponte para o Futuro”, o programa que será apresentado em outubro inclui elementos que lembram o manifesto lançado em 2015, pouco antes do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Esse novo documento busca atender aos interesses do mercado ao apresentar soluções para o ajuste fiscal.

“Brasil precisa pensar o Brasil”

Desde março, a Fundação Ulysses Guimarães, braço de estudos do MDB, tem promovido encontros regionais com especialistas e lideranças da legenda, coordenados pelo ex-ministro Aldo Rebelo e pelo deputado Alceu Moreira. O projeto, intitulado “O Brasil precisa pensar o Brasil”, visa ouvir e mobilizar as bases em todo o país.

“Esse novo projeto possui uma capilaridade maior que o anterior. Estamos circulando pelo Brasil, engajando os membros do partido e estimulando a replicação dessas discussões”, afirma Alceu Moreira, que critica abertamente o governo de Lula, observando a falta de diretrizes claras no atual cenário político.

“Hoje, não temos a mínima noção do que o Lula vai pensar amanhã de manhã. Ninguém sabe. Não tem um projeto de país”, destaca o parlamentar emedebista.

Aldo Rebelo reitera a necessidade de o MDB se posicionar como uma alternativa viável nas eleições de 2026, enfatizando três eixos centrais: a retomada da economia, a redução das desigualdades e a valorização da educação, além da promoção da democracia e do diálogo.

“O MDB deve explorar suas potencialidades internas, e temos bons nomes para isso. A discussão ainda está em fase preliminar, mas a possibilidade de uma nova candidatura própria não está descartada”, comenta Rebelo, referindo-se à participação anterior da senadora Simone Tebet nas eleições e à resistência de alguns setores do partido a se dissociarem do governo atual.

Além disso, embora o MDB tenha ministros na administração de Lula, a perspectiva é que uma coalizão de centro-direita comece a se desenhar, com possibilidades de alianças como MDB-Republicanos. O deputado Moreira sugere que isso pode favorecer uma candidatura unificada, destacando a figura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como um potencial candidato.

  • O cenário atual, segundo Moreira, está gradualmente se formando em favor de uma candidatura que represente uma visão de centro-direita.
  • Com a conclusão do projeto programático, a proposta será apresentada aos pré-candidatos, avaliando como cada um pode se comprometer com os princípios estabelecidos.
  • “Nosso objetivo é engajar figuras como Ratinho Jr., Ronaldo Caiado e Eduardo Leite, além do Tarcísio, que, com a federação, está em nosso campo de atuação”, completa Moreira.
  • Contudo, ainda existem ala do MDB que resistem a essa mudança, defendendo uma continuidade na parceria com o governo Lula nas eleições, o que pode resultar em divisões internas.
  • “Respeitarei a decisão partidária, mas não faz sentido estar no governo e, ao mesmo tempo, buscar uma aliança oposta nas eleições”, pondera o ministro Jader Filho.

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