Em um encontro marcante em Pyongyang, Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, reafirmou seu suporte “incondicional” à Rússia na guerra contra a Ucrânia, durante conversa com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. Este momento solidifica uma aliança estratégica que se intensificou desde a assinatura de um tratado de cooperação em junho de 2024, refletindo o estreito laço entre os dois países.
Kim expressou seu compromisso em apoiar “todas as medidas tomadas pela liderança russa” para enfrentar o que o Kremlin considera a raiz do conflito na Ucrânia, apontando o Ocidente e a OTAN como provocadores da crise. O desejo de “vitória e glória” à Rússia foi acompanhado por elogios à liderança do presidente Vladimir Putin, que tem defendido os interesses de seu país.
A visita de Lavrov marca o segundo diálogo estratégico entre os ministérios das Relações Exteriores dos dois países. Durante o encontro, o ministro russo entregou uma mensagem de saudação de Putin a Kim, que retribuiu com agradecimentos e destacou a “amizade fraterna” entre as nações. “Os dois países compartilham as mesmas visões em questões estratégicas”, afirmou Kim, evidenciando a profundidade da aliança estabelecida.
“Isso demonstra o alto nível de aliança estabelecido entre a RPDC [República Popular Democrática da Coreia] e a Rússia”, concluiu Kim, segundo a mídia estatal.
A nota oficial exalta um “consenso de posições” entre as lideranças, destacando a intenção de expandir a coordenação tática e diplomática no cenário internacional. Pyongyang e Moscou reafirmaram sua determinação de fortalecer a parceria em diferentes áreas, independentemente das mudanças que possam ocorrer.
Desde 2023, diversas agências de inteligência têm monitorado o envolvimento da Coreia do Norte no esforço de guerra russo. Relatos indicam que Pyongyang tem fornecido munições, mísseis balísticos e projeção antitanque, além de equipamentos militares significativos. Em um pronunciamento, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, destacou que a Coreia do Norte teria enviado “dezenas de contêineres de equipamentos militares” à Rússia em troca de tecnologias avançadas, potencializando um risco ao equilíbrio militar na região do Leste Asiático.
Imagens também revelaram supostos trabalhadores norte-coreanos em áreas sob controle russo, próximos a instalações militares, embora Pyongyang tenha negado um envolvimento direto. Contudo, em abril deste ano, a Coreia do Norte reconheceu oficialmente o envio de tropas para lutar ao lado da Rússia, com relatos de que soldados participaram de combates na região de Kursk. Este marco representa uma nova fase na aliança entre Pyongyang e Moscou, evidenciando um envolvimento militar direto na Ucrânia.
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