O vereador Cláudio Tinoco (União Brasil) expressou sua oposição à proposta do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de estabelecer uma secretaria específica para o projeto da ponte Salvador-Itaparica. Em entrevista ao Bahia Notícias, ele argumentou que essa iniciativa parece mais uma estratégia política do que uma solução real para os problemas do projeto.
Tinoco questionou a lógica da criação dessa estrutura, especialmente considerando que o governador tem laços com a administração anterior. “Depois de quase 16 anos desde o primeiro anúncio em 2009, a proposta de criar uma secretaria agora parece incoerente,” afirmou. Para ele, seria mais produtivo envolver diretamente órgãos técnicos e as populações afetadas pelo projeto.
Segundo o vereador, as populações de povos originários nas ilhas de Itaparica e Vera Cruz ainda não tiveram a oportunidade de dialogar sobre os impactos da obra. Ele sugeriu que o governo formasse um grupo de trabalho com a participação de representantes da Secretaria de Infraestrutura e outras áreas relevantes. “As comunidades estão indignadas, pois não tiveram acesso ao projeto e não há estudos de impacto adequados,” destacou.
Tinoco, que se opõe diretamente à construção da ponte, enfatizou que há alternativas mais viáveis para a região da Baía de Todos-os-Santos. Ele afirmou, “Eu sou contra o projeto da ponte. Entendo a importância da infraestrutura, mas acredito que podemos explorar outras soluções.”
Outro ponto levantado por Tinoco foi a falta de clareza sobre os impactos viários em Salvador. Ele criticou o fato de que informações detalhadas sobre a chegada das vias na capital ainda não foram apresentadas. “Nem a Secretaria de Mobilidade está ciente dos impactos. Ficamos às cegas frente a animações que mostram a construção da ponte,” comentou.
O vereador também questionou o cronograma aprovado após a revisão contratual de junho deste ano. Segundo ele, o prazo estabelecido para o início das obras, em junho de 2026, gera preocupações financeiras e eleitorais. “Estamos falando de uma obra orçada em R$ 11 bilhões, que pode custar até R$ 15 bilhões,” afirmou, alertando para os riscos associados ao processo.
Por fim, Tinoco relacionou a construção da ponte à atual precariedade do sistema de transporte entre a ilha e a capital. Ele citou a dependência do ferry boat e a ausência de investimentos na renovação da frota como indicações de fragilidade no planejamento. “Imaginamos que levará pelo menos seis anos para a ponte ficar pronta. Enquanto isso, a frota continua sucateada,” concluiu.
O que você acha das críticas feitas por Tinoco? Acha que a construção da ponte é uma solução viável? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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