Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentaram, nesta segunda-feira (15), uma denúncia contra Alessandra Moja Cunha, presidente da Associação da Favela do Moinho. Além dela, outros indivíduos são acusados de colaborar com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Alessandra enfrenta acusações graves, incluindo formação de quadrilha, associação para o tráfico, extorsão, receptação e lavagem de dinheiro. Sua filha, Yasmin Moja, também está sendo processada pelos primeiros três crimes mencionados.
Conforme a denúncia, Alessandra e outros integrantes da organização criminosa eram responsáveis pelo tráfico de drogas e extorsões na região central de São Paulo. Eles promoviam o PCC, uma das principais facções criminosas do estado.
Após a prisão de seu irmão, Leonardo Moja, também conhecido como “Léo do Moinho”, em agosto passado, Alessandra continuou a liderar as atividades ilegais. Segundo o MPSP, Léo era o principal líder do PCC na área.
Recentemente, Alessandra participou de uma reunião com o ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, para discutir uma visita do presidente Lula (PT) e da primeira-dama, Rosângela da Silva, à favela. Lula havia formalizado um acordo para ajudar os moradores na desocupação da área.
Na semana passada, Alessandra foi alvo da operação Sharpe, coordenada pelo Gaeco e pelas polícias Civis e Militar de São Paulo. Durante a ação, a polícia encontrou diversos celulares e uma quantidade significativa de drogas, incluindo crack, cocaína e maconha.
Os denunciados também são acusados de extorquir moradores em valores que poderiam chegar a até R$ 100 mil, utilizando ameaças para obter vantagens financeiras durante o processo de habitação.
Vale lembrar que Alessandra Moja já possui condenação por homicídio e cumpriu pena em regime fechado. Durante a operação Sharpe, moradores relataram ter sofrido tortura e ameaças, enquanto Alessandra afirmou ter sido agredida. A polícia, por sua vez, nega essas alegações, afirmando que as ações ocorreram com respeito aos direitos humanos.
Favela do Moinho era “quartel-general” do PCC, diz Gaeco
Segundo o Gaeco, a favela funcionava como uma base da facção PCC no centro da cidade, assegurando a vigilância e monitoramento das ações policiais. A família Moja, sob a liderança de Léo, controlava a área e estabelecia uma estrutura organizada para o crime.
Associação nega acusações
A Associação da Favela do Moinho contestou as acusações, afirmando que os moradores não têm qualquer ligação com o PCC. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo enviou um ofício pedindo direito de resposta após uma reportagem inicial sobre o caso.
Segundo a defensoria, a ONG e os moradores defenderiam direitos relacionados à moradia e segurança pública. Nos últimos dias, a reportagem tentou contato com a associação, mas não obteve resposta. O espaço continua aberto para qualquer manifestação.
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