Rodrigo Morgado, CEO da Quadri Contabilidade, foi detido pela Polícia Federal (PF) na Operação Narco Bet, realizada em 14 de outubro. A operação visa desmantelar uma rede de lavagem de dinheiro relacionada ao tráfico internacional de drogas. Morgado ganhou notoriedade após um polêmico incidente envolvendo um Jeep Compass que um funcionário ganhou em um sorteio, mas acabou sendo demitido e teve o carro retirado pela empresa.
A defesa de Morgado se manifestou, alegando que ele não teve acesso completo aos detalhes do processo e reafirmou sua inocência, afirmando que sempre atuou dentro das normas como contador.
Na mesma operação, o influenciador digital Bruno Alexssander Souza, conhecido como Buzeira, também foi preso.
Conflito judicial com funcionária
- Uma funcionária da Quadri Contabilidade revelou, em abril, que ganhou um Jeep Compass em um sorteio interno, avaliado em mais de R$ 100 mil. No entanto, ela enfrentou problemas mecânicos no veículo e gastou R$ 10 mil em consertos, que não foram acordados previamente.
- Para manter o prêmio, a empresa impôs condições, como permanência na função por mais um ano e cumprimento de metas.
- Após reclamar sobre os defeitos do carro, a funcionária foi demitida e perdeu o veículo, que estava em processo de transferência.
- Morgado justificou a demissão alegando questões éticas. A assessoria da empresa informou que o sorteio era uma ação de marketing, onde o ganhador deveria cumprir metas para usufruir do veículo.
- Um acordo amigável entre as partes foi assinado em maio, com cláusula de confidencialidade.
Prisões e investigações
Rodrigo Morgado já havia sido preso em uma operação anterior, a Narco Vela, também ligada ao tráfico de drogas. Na época, ele foi detido em São Paulo por porte ilegal de arma dentro de um de seus veículos de luxo, durante mandados de busca e apreensão promovidos pela PF.
Além de envolvimento com tráfico, Morgado enfrenta acusações de ameaças, calúnia, injúria e estelionato.
Detalhes da Operação Narco Bet
A operação culminou em 11 prisões e 19 mandados de busca em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Um mandado também foi cumprido na Alemanha, com suporte da Polícia Criminal Federal local.
As investigações revelam que o grupo criminoso usava métodos sofisticados para ocultar a origem de seus lucros, como criptomoedas e empresas de fachada. Parte do dinheiro lavados estava sendo direcionada a empresas de apostas eletrônicas, buscando dar uma aparência de legalidade aos ganhos ilícitos.
Até o momento, foram bloqueados R$ 630 milhões em bens e ativos relacionados ao esquema. A PF investiga várias empresas de apostas, algumas das quais teriam sido registradas com dinheiro ilícito.
Esse caso traz à tona a complexidade e os desafios enfrentados pelas autoridades no combate ao tráfico e à lavagem de dinheiro. O que você pensa sobre a situação? Deixe sua opinião nos comentários!
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