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Técnica que usa células-tronco humanas para produzir sangue em laboratório pode transformar a medicina regenerativa.

Tubos de ensaio com sangue (Reprodução: Kaboom Pics/Pexels)

Pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveram uma nova maneira de recriar sangue humano em laboratório. Publicado na Cell Reports, o estudo revela uma técnica que imita o processo natural de formação de células sanguíneas observado em embriões.

Entenda:

  • Pesquisadores criaram um método para produzir sangue humano em laboratório;
  • A técnica utiliza células-tronco humanas para formar estruturas semelhantes a embriões, chamadas de “hematoides”;
  • O sangue começa a ser produzido em cerca de 10 dias pelos hematoides;
  • A metodologia permite estudar os primeiros estágios do desenvolvimento humano sem a necessidade de óvulos ou espermatozoides;
  • Pode resultar em sangue totalmente compatível com o paciente, reduzindo o risco de rejeição.
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Nova técnica produz sangue humano em laboratório. (Imagem: toeytoey2530/iStock)

De acordo com o The Guardian, os cientistas conseguiram criar hematoides com células-tronco humanas. Essa estrutura tridimensional possibilita o estudo do desenvolvimento inicial humano sem depender de gametas.

Método começa a produzir sangue em dez dias

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Machas de sangue começam a surgir em 10 dias. (Imagem: Jitesh Neupane/University of Cambridge)

As células passam por um processo evolutivo natural. Após dois dias em laboratório, elas formam três camadas: ectoderme, mesoderme e endoderme. Oito dias depois, surgem células cardíacas pulsantes.

No décimo dia, as manchas vermelhas de sangue são visíveis. Jitesh Neupane, autor do estudo, descreve esse momento como emocionante, ao ver a coloração vermelho-sangue aparecer a olho nu.

Técnica pode revolucionar a medicina regenerativa

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Método pode transformar o tratamento de doenças hematológicas e medicina regenerativa. (Imagem: angellodeco/Shutterstock)

Os cientistas explicam que as células-tronco utilizadas na técnica podem provenir de qualquer célula do corpo humano. Isso ofereceria a chance de produzir sangue perfeitamente compatível, minimizando o risco de rejeição.

“Embora esteja em estágios iniciais, a capacidade de produzir células sanguíneas em laboratório é um avanço significativo em direção a terapias regenerativas futuras”, afirma Azim Surani, autor sênior do artigo.