O diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), delegado Fábio Lordello, apresentou nesta quinta-feira (17) detalhes sobre a investigação que derrubou uma parte da organização criminosa envolvida na Operação Carbono Oculto, atuando na Bahia. Ele revelou que a facção tinha uma rede de mais de 200 postos de combustíveis e empresas de fachada para movimentar dinheiro proveniente da adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro.
Segundo Lordello, o grupo mantinha ligação com investigados em São Paulo, conhecidos como “Primos”. Na Bahia, o esquema era liderado por Jailton Ribeiro, apelidado de Jau, apontado como o principal responsável por atividades ilícitas no estado. Ele estava subordinado ao empresário Mohamed, que ainda está foragido.
“Durante uma investigação como essa, a organização possui muito capital e precisa distribuí-lo. Na Bahia, foi encontrada essa rede de postos, capitaneada por Jau, que possibilitou o fluxo financeiro e a compra de nafta para adulteração de combustíveis, multiplicando os ganhos”, explicou o delegado.
A operação teve sucesso em localizar galpões usados para armazenar e misturar nafta, em cidades como Feira de Santana e Alagoinhas. Este produto era transportado por empresas ligadas a Mohamed.
Cerca de R$ 6,5 bilhões foram bloqueados com autorização judicial, mostrando a dimensão da estrutura criminosa e seu impacto econômico e social, segundo Lordello.
Ele destacou que a ação do Draco busca desmantelar organizações que afetam a sociedade, desde o consumidor que abastece com combustível adulterado até o aumento da violência ligada ao tráfico de armas e drogas. “É importante atingir o topo dessas organizações”, afirmou.
Lordello também mencionou que as investigações continuam para identificar outras empresas e pessoas ligadas ao grupo. “Acredito que as perdas em arrecadação sejam altas, mas ainda estamos aprofundando essa parte da apuração”, ressaltou.
Os postos envolvidos operavam tanto com bandeira quanto sem, sem diferenciar a atuação do grupo. “O importante para a organização era a adulteração e a distribuição do combustível, buscando ocultar os recursos ilícitos”, explicou.
Na Bahia, os principais alvos da operação já foram presos, enquanto outros continuam sob monitoramento. Lordello reforçou que novas etapas da investigação estão programadas para identificar mais integrantes do esquema.
Durante a apuração, a Polícia Civil apreendeu veículos de luxo em nome de Jailton Ribeiro, entre eles dois que custam mais de R$ 600 mil. Ele havia declarado apenas R$ 275 mil em bens à Justiça Eleitoral durante uma candidatura em 2024.
“A sociedade pode confiar que todos os envolvidos serão responsabilizados. Nosso foco é desarticular completamente essa estrutura criminosa”, concluiu Lordello.
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