Com famosos e tretas, CPI dos Pancadões vira fábrica de virais em SP

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Durante uma sessão da CPI dos Pancadões na Câmara Municipal de São Paulo, o rapper Salvador da Rima tentou expressar suas ideias através da música. “Eu queria pedir um espaço para mandar uma letra e talvez te ajude a entender”, disse ele ao presidente da comissão, vereador Rubinho Nunes (União). Apesar de sua solicitação ter sido indeferida, Salvador começou a cantar um clássico do funk dos anos 90, quando o microfone foi cortado por Rubinho.

Esse episódio, transmitido ao vivo, atraiu quase 5 mil espectadores, um feito impressionante para as sessões da Câmara, que costumam ter pouquíssimos acompanhantes. O vídeo já conta com 290 mil visualizações no YouTube, sem contar os cortes compartilhados nas redes sociais, que realçam a troca de farpas entre o rapper e o vereador.

Teoricamente destinada a debater a perturbação do sossego na cidade, a CPI ganhou notoriedade pelas discussões acaloradas entre artistas e vereadores, especialmente com Rubinho. O vereador, com uma trajetória marcada por sua reeleição após mudar de base política, tem se posicionado como um crítico dos bailes funk, partindo agora para uma nova candidatura federal no próximo ano.

O advogado na CPI achou que era o dono da sessão… Levantou a voz, tentou dar carteirada, e saiu com um enquadro jurídico e um choque de realidade!

CPI como atração digital

A CPI é vista por alguns como uma “caça-likes”, sem efetividade na busca por soluções para os problemas enfrentados pela população, especialmente em bairros com poucas opções de entretenimento. Os pancadões se proliferam, impedindo o descanso de muitos moradores, frequentemente acompanhados do consumo de álcool e drogas.

Momentos cômicos, como a discussão entre o professor Thiagson e Rubinho, se tornaram virais. Quando o vereador solicitou referências de música clássica, Thiagson o corrigiu quanto à pronúncia, revelando a falta de conhecimento no assunto por parte do vereador, o que impulsionou a divulgação nas redes sociais.

Os cortes dos depoimentos passaram a ser compartilhados por perfis ligados ao hip-hop, enquanto os vereadores conservadores tentavam refutar as críticas. A CPI se intensificou em agosto, quando Rubinho ameaçou prender o influenciador Chavoso da USP, após ele afirmar que o crime está presente em todos os lugares, inclusive dentro da Câmara.

🚨 URGENTE! Chavoso da USP afirmou na CPI dos Pancadões que “havia gente dentro da Câmara ligada ao crime organizado”.

Conduções coercitivas e celebridades

Os membros da CPI aprovaram conduções coercitivas para convocados que não comparecem. Um dos convocados é Bruno Alexssander, conhecido como Buzeira, que está preso. Outros como Giliard Vidal dos Santos, filho da influenciadora Deolane Bezerra, também estão na mira. Mesmo sem serem organizadores de bailes, esses influenciadores têm grande número de seguidores e atraem a atenção dos legisladores.

A CPI tem chamado celebridades que não têm ligação direta com os eventos, gerando mais engajamento e atraindo críticas de que se trata de um ataque à cultura periférica. A direita brasileira, incluindo figuras como Sargento Nantes e Kenji Ito, têm feito da CPI um palco para suas visões políticas, enquanto a vereadora Luna Zarattini, do PT, critica a falta de ações efetivas para resolver os problemas de sossego na cidade.

Luna questiona a seletividade nas convocações: “Por que o que acontece no Anhangabaú, que tem festas até altas horas, não é fiscalizado?”. Essa questão evidencia uma percepção de que determinados gêneros musicais são perseguidos, sem um discurso consistente sobre o que deve ser abordado.

Rubinho, ao ser questionado sobre as críticas, afirmou que a CPI investiga a narcocultura e a conexão dos bailes com o crime organizado. Segundo ele, todos os convocados têm ligação com a investigação em questão.

Na última sessão, a direita usou a CPI para exaltar uma operação no Rio de Janeiro que resultou em várias mortes, propondo um minuto de silêncio apenas para os policiais mortos, o que gerou polêmica e debate entre os vereadores.

A situação na CPI dos Pancadões reflete um momento de tensão e polarização, mostrando como o debate sobre a cultura periférica pode se transformar em espetáculo e levar à interação pública nas redes sociais. O que você acha das discussões em torno da CPI? Deixe sua opinião nos comentários.

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