O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) anunciou nesta sexta-feira que é necessário afastar o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), enquanto dura a investigação sobre as mortes ocorridas durante uma operação policial contra o Comando Vermelho. A ação, realizada na última terça-feira, resultou na morte de 121 pessoas, sendo considerada uma das mais letais da história do estado.
Segundo Assunção, a operação gerou uma profunda indignação. Ele expressou estar “estarrecido” com os acontecimentos e criticou a comemoração por parte da direita, argumentando que as vítimas são predominantemente negras, pobres e residentes de áreas periféricas.
“Estamos todos estarrecidos com as imagens divulgadas pela imprensa. Mais de 120 pessoas foram assassinadas no Complexo do Alemão e na Penha. A extrema-direita aplaude essa ação violenta, que revela a desumanização e a falta de civilidade em nosso entorno”, afirmou o deputado.
Além do afastamento de Castro, Assunção pediu ao Poder Judiciário que conduza uma investigação isenta sobre as mortes, enfatizando a necessidade de transparência e rapidez no processo.
“Uma investigação clara é essencial para assegurar respostas à sociedade. A chamada ‘guerra às drogas’ não justifica ações tão violentas como a que vimos no Rio de Janeiro”, destacou.
O deputado ressaltou que é inadmissível naturalizar uma chacina dessa magnitude. “Que essa brutalidade não caia no esquecimento!”, finalizou.
Alinhados com Assunção, os partidos PT, PSOL e PCdoB protocolaram uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando medidas para garantir a transparência nas investigações e a liberação das vítimas, descrevendo um cenário de caos no IML e graves violações de direitos humanos. O pedido foi direcionado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF 635, famosa como “ADPF das Favelas”.
Na petição, os partidos utilizam os dados da operação para questionar sua proporcionalidade. Foram registradas 121 mortes, incluindo quatro policiais, e 113 detenções. “A polícia do Rio de Janeiro matou mais do que prendeu”, enfatiza o documento.
Os números indicam a gravidade das violações. Para cada dois mortos ou presos, foi apreendida apenas uma arma, mostrando a disparidade e o senso de urgência em melhorar a situação.
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