Sudão: perseguição religiosa e guerra civil afligem 2 milhões de cristãos

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A situação no Sudão se deteriora rapidamente. A guerra civil já resultou na morte de cerca de 150 mil pessoas e deslocou metade da população. Apesar disso, o conflito continua praticamente ignorado pela mídia internacional.

Nas últimas semanas, a violência se intensificou em El Fasher, que foi tomada por facções após 18 meses de cerco. Imagens de satélite mostram corpos e prédios incendiados, refletindo a gravidade da situação.

Rafat Samir, presidente do Conselho da Igreja Evangélica Sudanesa, compartilha as dificuldades enfrentadas pelos 2 milhões de cristãos do país e destaca a urgência de oração e solidariedade internacional.

Samir lembra que o Sudão, um país que já foi o maior da África, é rico em diversidade cultural e étnica. Contudo, décadas de domínio islâmico restringiram severamente a liberdade religiosa, atacando especialmente os cristãos.

Enquanto outros conflitos recebem atenção, a devastada guerra civil no Sudão é esquecida. A crise humanitária afeta milhões e gera um pedido urgente à comunidade internacional por ajuda e paz.

Desde abril de 2023, os confrontos entre as Forças Armadas do Sudão (SAF) e a milícia Rapid Support Forces (RSF) mergulharam a nação em uma crise sem precedentes. A RSF, que se originou da milícia Janjaweed, é agora uma das principais forças em disputa.

Ambos os grupos são fortemente islâmicos, e suas batalhas pelo poder têm gerado uma onda de brutalidade. Os relatos de violência são alarmantes, com sobreviventes descreverem cenas de morte e destruição, enquanto mais de 15 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas, resultando no maior deslocamento interno do mundo.

Cerca de 6 milhões de pessoas fugiram para outros países, mas muitos agora vivem em condições precárias, sem moradia ou trabalho. Os combates destruíram notavelmente as fontes de sustento, levando a uma fome generalizada, com especialistas alertando que centenas de milhares podem morrer se não houver ajuda urgente.

Os cristãos representam cerca de 6% da população sudanesa, mas é difícil estimar o número exato. Muitos enfrentam uma realidade sombria, onde o governo busca converter toda a população ao Islã, o que tornaria a vida dos cristãos ainda mais difícil.

Membros da Igreja enfrentam desafios sem precedentes, com a RSF ocupando igrejas e transformando locais de culto em quartéis, o que os expõe a bombardeios da SAF.

Organizações como a Christian Solidarity Worldwide (CSW) e a Portas Abertas alertam sobre a perseguição sistemática, que inclui violência, detenções arbitrárias e discriminação no acesso a ajuda humanitária.

Recentemente, um pastor e quatro membros foram detidos em Cartum Norte durante um funeral, indicando uma possível onda de perseguição religiosa. Apesar da tragédia em curso, que envolve deslocamento em massa e violações de direitos humanos, o Sudão permanece fora do foco das atenções globais, tornando-se “a crise esquecida”.

Fique atento a essa situação. O que você pensa sobre o que está acontecendo no Sudão? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião.

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