Gerson de Melo Machado, de apenas 19 anos, conhecido como “Vaqueirinho”, morreu após invadir a jaula de uma leoa no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa (PB), no último domingo (30). Ele tinha histórico complexo e um diagnóstico de esquizofrenia, segundo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que o acompanhou desde a infância.

Verônica destaca que Gerson teve uma infância marcada por violações de direitos e extrema pobreza. Ele viveu sem apoio familiar, sendo filho de uma mãe com problemas mentais, com avós que também tinham saúde mental comprometida. “Ele provou todo tipo de violação de direitos”, afirma Verônica.

Gerson foi encontrado sozinho, com apenas 10 anos, numa rodovia federal. Ele foi encaminhado ao Conselho Tutelar pela Polícia Rodoviária Federal e, a partir daí, passou a integrar a rede de proteção da infância. Apesar de ser destituído do poder familiar, Gerson sempre buscou a mãe, sonhando em um dia que ela pudesse cuidar dele. No entanto, a saúde mental dela impediu esse retorno.

Diferente de seus irmãos, que conseguiram lares adotivos, Gerson não teve essa sorte, em parte por seu diagnóstico. A conselheira frisou que a sociedade tende a evitar adotar crianças com transtornos, priorizando aquelas que não apresentam “problemas”. Assim, o jovem acabou acumulando passagens por conflitos com a lei e por centros socioeducativos.

Na sexta-feira (28), Gerson foi solto após tentar danificar caixas eletrônicos em Mangabeira. Logo depois, ele foi reencaminhado à polícia por apedrejar uma viatura da Polícia Militar, dizendo querer ser preso por não ter onde dormir. Essas ações evidenciam a severa vulnerabilidade em que viveu até o triste desfecho de sua história.

A trajetória de Gerson ilustra os desafios enfrentados por jovens em situações semelhantes, e levanta questões sobre como a sociedade lida com esses casos. É um convite à reflexão sobre a necessidade de atenção e suporte para aqueles que estão à margem.

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