Cerca de 30 agricultores dos sindicatos FDSEA e JA protestaram nesta sexta-feira, 19/12/2025, em frente à casa de praia do presidente Emmanuel Macron, em Le Touquet, no norte da França. Os manifestantes despejaram esterco, pneus, repolhos e galhos — além de um caixão com a inscrição “Não ao Mercosul” — para denunciar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul e criticar a política agrícola do governo.
O protesto ocorre em meio à indefinição sobre a assinatura do tratado de livre comércio entre a UE e Mercosul. A assinatura, prevista originalmente para ser formalizada em Montevidéu no fim de 2024, foi adiada para janeiro de 2025 após pressão da França, com apoio recente da Itália. O objetivo era concluir o acordo durante a cúpula do Mercosul no Brasil, mas o passo foi cancelado pelo momento político.
Segundo Benoît Hé din, dirigente do FDSEA, o ato teve caráter simbólico e mira a “política europeia atual”, citando o acordo com o Mercosul e a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) como exemplos de medidas consideradas retrocessos pelos produtores.
Marc Delaporte, outro agricultor, afirmou que a mobilização já dura cerca de dois anos sem avanços concretos. Ele disse que produtos importados entram no mercado europeu sem as mesmas exigências regulatórias, competindo com preços que os agricultores locais não conseguem igualar. A FNSEA considera o adiamento insuficiente e assegura que a mobilização continuará.
Entre os temores está a entrada de carne, arroz, mel e soja sul-americanos no mercado europeu, considerados mais competitivos, o que poderia prejudicar a produção da região. O acordo também prevê ampliar as exportações de veículos e máquinas da União Europeia para o Mercosul, em contraponto aos receios dos agricultores franceses. O alto escalão da segurança acompanhou a manifestação, que ocorreu diante da residência do casal presidencial.
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