Ministro da Saúde quer novo modelo de remuneração no SUS e cobra indústria

Publicado:

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu nesta terça-feira (11) mudanças no modelo de remuneração no âmbito do Sistema ??nico de Saúde (SUS). Para o ministro, a tabela de procedimentos com valores fixos é desarrazoada, sobretudo na atenção especializada.

Em sua visão, a saúde pública deve passar por reformas estruturantes no próximo período, o que inclui a adoção de um modelo de remuneração orientado por indicadores e metas. “Temos que monitorar resultados e premiar valor”, avaliou. Questionado se a tabela do SUS deveria ser eliminada, ele respondeu que “não é questão de derrubar” e que ela “é apenas uma referência”. “Por exemplo, redução da mortalidade por infarto. Se não me entregar isso, vai receber menos”, afirmou.

Ele afirmou que, sem modelos de remuneração sustentáveis, a alternativa seria exigir novos esforços tributários da sociedade brasileira e citou a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), criada para financiar a saúde pública e cobrada sobre todas as movimentações bancárias até 2007. “O que nós queremos é o oposto. ?? reduzir a carga tributária”.

Queiroga questionou ainda a participação dos entes federativos no financiamento da saúde pública. “A tabela do SUS é apenas uma referência do componente federal do pagamento por produção. O Ministério da Saúde cuida dos recursos federais. Os estados têm que alocar 12% dos seus recursos e os municípios 15% para financiamento da saúde. Aí fica a pergunta: alocam? Se alocam, onde vemos isso? Porque o dinheiro federal você vê no Fundo Nacional de Saúde: R$32 bilhões nas contas de estados e municípios”, disse.

Queiroga também afirmou ser necessário o desenvolvimento da indústria privada na área da  saúde no Brasil. Ele cobrou que as empresas assumam maior protagonismo, indo além das parcerias público-privadas e da demanda por verbas públicas. “Não quer maior participação do setor privado? Então vamos correr riscos juntos”, disse.

Para o ministro, falta ao país um complexo econômico e industrial da saúde. “Já devia ter sido feito no passado, mas não se priorizou. Por exemplo, o Brasil tem uma fábrica de stents. E é para atender o sistema público, porque lá no privado querem buscar nos Estados Unidos”, disse.

O ministro acrescentou que ao mesmo tempo em que assegura o direito à saúde, o SUS gera oportunidades econômicas. Ele cita, por exemplo, a compra de medicamentos a preços atrativos para a indústria. “Queremos um complexo industrial que gere emprego, gere renda, gere tributos e gere inovação. E que seja capaz de dar as respostas que o país precisa, garantindo concorrência. Sem concorrência, o preço não cai. E nós não queremos segurar preço com controle de preços”. Ele disse que o Brasil precisa apostar mais na transferência de tecnologia, a exemplo do acordo que possibilitou a produção da vacina contra a covid-19 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Mas não é só para o Brasil fazer remédio. Temos excelentes universidades. Por que não investimos na pesquisa básica?”
 

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Três mulheres são encontradas mortas em área de mata em Ilhéus

No coração da cidade de Ilhéus, um cenário de tragédia se desenrolou neste sábado (16). Três mulheres, que haviam desaparecido na sexta-feira (15)...

Palestinos serão retirados de áreas de combate na Faixa de Gaza

Na Faixa de Gaza, a situação humanitária se agrava à medida que o conflito se intensifica. O Exército de Israel anunciou um plano...

Vídeo: mulher ataca motorista de app e joga objetos na rua após batida

Em uma noite agitada em Ceilândia, um acidente de trânsito transformou-se em uma cena surreal. O motorista de aplicativo, José Antônio de Sousa...