A resposta a um requerimento de informações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Golpistas, em andamento no Distrito Federal, mostra que o Exército não registrou ocorrência quando bolsonaristas tentaram invadir casas de generais, em 31 de dezembro de 2022. Naquela data, inconformados com um discurso do general Hamilton Mourão, então vice-presidente do país, golpistas marcharam indignados para a área residencial do Quartel-General.
Em cadeia de rádio e TV, o então presidente em exercício — com a viagem de Jair Bolsonaro (PL) para os EUA — criticou “lideranças” que, por meio do “silêncio” e do “protagonismo inoportuno e deletério”, contribuíram para um “clima de caos”. A fala foi interpretada por conservadores como uma crítica velada a Bolsonaro e uma “desistência”, já que Mourão chegou a chamar a alternância de poder de “saudável”.
Logo após o pronunciamento, um grupo grande de pessoas que estava no QG marchou em bando para a frente de casas de generais, naquela área militar, e tentou invadir o local. A tropa de choque do Exército precisou ser acionada. Mas, segundo resposta das próprias Forças Armadas, não houve qualquer prisão ou sequer registro de ocorrência.
Relembre a tentativa de invasão:
“Foi realizada a abordagem pela guarnição em serviço e, após terem sido orientados, o grupo se dissipou. Face às circunstâncias da ocorrência, não houve a necessidade de adoção de quaisquer outras providências”, informou o Exército ao questionamento de Fábio Felix (PSol), membro da CPI da Câmara Legislativa.
A resposta também finaliza afirmando que não foram registradas ocorrências no dia 31/12/22 nem qualquer detenção dos envolvidos.
Na data, porém, o clima foi de muita tensão. Vídeos gravados no momento, e reportados pelo Metrópoles à época, mostravam o grupo chegando a provocar os homens do quartel gritando em coro: “Atira!”. Um outro bolsonarista ainda diz que os militares estavam fazendo “serviço de bandido”.
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