Acordo no PSDB trava enquanto partido é “engolido” por aliados em SP

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São Paulo — A convenção paulista do PSDB, ocorrida na manhã desse domingo (25/2), terminou sem consenso para o nome do novo presidente do partido no estado, embora os grupos antagônicos tenham chegado a um acordo para restabelecer o diretório estadual com uma chapa única no comando.

“Foi uma reunião para marcar uma reunião”, disse um dos participantes do encontro, em tom de brincadeira. A frase, contudo, indica um clima menos belicoso no diretório após meses de atritos e até ações judiciais na briga pelo controle do partido.

A convenção elegeu a chapa única para o controle do diretório estadual, que é presidido interinamente pelo prefeito de Santo André, Paulinho Serra.

O encontro deveria definir um novo presidente, que conduzirá o partido durante as eleições municipais deste ano. Mas a nova chapa não chegou a um acordo e deve se reunir novamente nos próximos dias para definir o nome.

Debandada tucana O conflito prolongado do PSDB paulista, agravado após a derrota na eleição para o governo de São Paulo, em 2022, resultou em um esfacelamento do partido que não dá sinais de arrefecimento.

Conforme o Metrópoles mostrou em outubro passado, a legenda já perdeu 10 mil filiados, entre eles prefeitos de cidades do interior que migraram para legendas como o PSD, do secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab.

Na capital, o cálculo entre os aliados é que sete dos oito vereadores da bancada tucana na Câmara Municipal devem migrar para o MDB, partido do prefeito Ricardo Nunes, ou o União Brasil, do presidente da Câmara, Milton Leite.

Cenários futuros O novo diretório estadual é composto por integrantes que defendem caminhos diferentes para a legenda nas eleições municipais deste ano, consideradas decisivas para a sobrevivência do partido em sua cidade natal.

O entendimento é o de que ficará mais claro definir o novo presidente da sigla depois de um acordo sobre os rumos do partido na eleição da capital. Na mesa, por ora, há três opções sob análise.

A primeira delas é que o PSDB continue na gestão Ricardo Nunes, que era vice do ex-prefeito tucano Bruno Covas (morto em 2021), e apoie a reeleição do emedebista. Os tucanos que têm cargos na Prefeitura e os vereadores são os principais entusiastas desse posicionamento.

Contudo, a aliança de Nunes com Jair Bolsonaro (PL) — o prefeito foi ao ato em defesa do ex-presidente nesse domingo (25/2) — é considerada em entrave a essa opção, mesmo com a sinalização ao diretório de que aliados de Covas, que era contrário ao bolsonarismo, prefirem essa opção.

A segunda opção é a sigla ceder aos convites do PSB e apoiar a candidatura da deputada federal Tabata Amaral à Prefeitura, em um movimento que não estaria vinculado à indicação de um tucano para o posto de vice — o cargo está prometido para o apresentador José Luiz Datena, caso ele tenha interesse, e só seria de um tucano diante da recusa dele.

A terceira opção, mais remota, seria lançar um nome próprio à Prefeitura. Seguir por esse caminho, porém, esbarra no fato de que a sigla não conseguiu produzir nenhuma nova liderança após a morte de Bruno Covas capaz de atrair votos em uma eleição majoritária.

Uma parte dos tucanos vinha tentando convencer Rodrigo Garcia a aceitar a missão, mas o ex-governador já avisou os aliados que não tem nenhum interesse em disputar a eleição para a Prefeitura.

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