Médico sequestrado em Salvador relata momentos de tensão e negociações com criminosos

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Após ser libertado no fim da manhã de sexta-feira (26), o médico otorrinolaringologista e professor universitário, Gilson Meirelles, que foi sequestrado na última quarta-feira (24) no bairro da Pituba, em Salvador, concedeu uma entrevista ao programa Bahia Meio Dia, da Rede Bahia, veiculada neste sábado (27). Em seu relato, Meirelles descreveu os momentos vividos durante o sequestro.

 

“Na quarta-feira à noite eu me dirigi a uma farmácia no bairro da Pituba para comprar alguns artigos e na saída fui surpreendido pela abordagem de um carro que tinha trancado o veículo que eu tinha estacionado quando um deles soltou do carro com a arma em punho, acho que era um pistola ameaçando o sequestro e pedindo para eu sair do carro da posição do motorista. Eu tomei logo um susto. Tive a sensação que ocorreram dois tiros e aí resolvi obedecer, seguir o rito do planejado”, relatou Meirelles.

 

Ele prossegue, detalhando os momentos seguintes do sequestro: “Quando saio do carro, imediatamente eles me rendem e colocam no fundo um outro veículo, já me encapuzando. Foi muito rápido, o susto foi muito grande, eu não conseguia nem processar a informação direito. Imediatamente que eles se evadiram da farmácia, do local, não sei se eles estavam se dirigindo diretamente à BR, começaram a me pedir as transferências por pix”.

 

Meirelles contou ao jornalista Vanderson Nascimento que, naquele momento, se deu conta de ter deixado o celular no seu carro devido ao susto da situação. “Foi aí que acho que fugiu do planejado inicial, da estratégia inicial que eles tinham planejado, que não imaginavam que eu tinha deixado o aparelho no veículo de origem e aí estavam na dúvida de voltar para o local do sequestro ou não optaram por seguir o destino final e aí adentraram pela BR. Eu não estava enxergando mais nada porque tive as minhas mãos atadas, os pés foram atados posteriormente, [estava] encapuzado e não podia olhar para frente”, descreveu.

 

Conforme o relato do médico, os sequestradores afirmaram que não queriam nada além do dinheiro e alegaram que ele não seria morto. Meirelles disse ainda que estava com alguns pertences, como relógio, celular e uma corrente, que os criminosos acabaram levando.

 

“Por volta da madrugada de quarta para quinta, 2 horas da manhã, eles me informaram que tinham entrado em contato com meu irmão, que já estavam em negociação com meu irmão e com os meus familiares, e estavam tentando resolver, só precisavam agora que tudo transcorresse dentro do esperado para me soltar. Eu até fiquei com a esperança de ser liberado na mesma noite”, citou o otorrinolaringologista sobre as negociações.

 

De acordo com ele, como o sequestro foi na frente da Corregedoria, antes procurar a família, a polícia já tinha ciência dos fatos e começou a agir de forma imediata. “Me impressionou muito o trabalho de inteligência da polícia”, destacou.

 

No final da entrevista, Meirelles comentou sobre como estava em relação a todo o ocorrido. “O abalo psicológico é muito grande. Não defini ainda qual vai ser o destino, a próxima estratégia, mas com certeza a maior mensagem disso aí ficou é que preciso ficar mais protegido, mais recluso, mais perto dos familiares, menos exposto, como há alguns anos venho adotando essa prática”, concluiu.

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