Em reunião para discutir guerra em Gaza, Netanyahu diz que trabalhará com Biden ‘nos próximos meses’

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Em uma reunião realizada para discutir a guerra em Gaza, Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, afirmou nesta quinta-feira (25) que estará colaborando com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante o restante de seu mandato, após anúncio feito pelo chefe da Casa Branca de que não buscará reeleição. Netanyahu expressou gratidão pelos 50 anos de serviço público e apoio ao Estado de Israel de Biden e demonstrou interesse em dialogar e cooperar nos próximos meses. O encontro entre os dois líderes na Casa Branca foi para tratar de um acordo de cessar-fogo em Gaza, seguido por uma reunião com familiares de reféns em Gaza.

Na quarta-feira (24), Netanyahu prometeu uma “vitória total” contra o grupo islamista Hamas em Gaza em um discurso perante o Congresso americano, reafirmando a postura firme de Israel frente aos ataques do Hamas. Apesar das tensões na relação entre Biden, recém-desistente da reeleição, e Netanyahu devido à condução da guerra desencadeada pelos ataques do Hamas em 7 de outubro, os Estados Unidos mantêm seu apoio militar a Israel.

O presidente democrata busca assegurar uma trégua e um acordo para a libertação dos reféns sequestrados pelo grupo islamista nos últimos seis meses de seu mandato. Contudo, o primeiro-ministro israelense pode optar por aguardar e negociar com seu sucessor.

No discurso de Biden, em que explicava os motivos de sua desistência da corrida eleitoral, ele reiterou que o conflito entre Israel e Hamas continua sendo uma de suas principais prioridades. Ele enfatizou o compromisso em encerrar a guerra em Gaza, repatriar todos os reféns, promover a paz e segurança no Oriente Médio, encerrando o conflito.

Na quarta-feira, uma autoridade governamental dos EUA indicou que as negociações para uma trégua podem estar em fase final e que o presidente buscaria resolver algumas “lacunas finais” com Netanyahu. A queima da bandeira americana em protestos do lado de fora do Capitólio durante o discurso do primeiro-ministro israelense foi condenada por Harris como um ato “desprezível” e “antipatriótico”.

A possibilidade de uma trégua depende de questões em aberto, como a implementação, visto que o Hamas não exige total retirada de Israel da Faixa de Gaza. Será uma discussão para fechar essas últimas lacunas, com necessidades de ambas as partes. Netanyahu terá uma reunião separada com Kamala Harris ainda nesta quinta-feira. Na sexta-feira, o primeiro-ministro viajará para a Flórida a convite de Donald Trump.Na manhã de hoje, o ex-presidente Trump pressionou Israel a pôr um fim rápido à guerra em Gaza. Em uma entrevista à Fox News, ele declarou: “Precisamos resolver isso rapidamente. Não pode continuar assim. Já dura tempo demais”.

Desde 7 de outubro, Biden tem mostrado forte apoio a Israel, chegando ao ponto de abraçar Netanyahu no aeroporto de Tel Aviv logo após os ataques. No entanto, o presidente dos EUA tem se mostrado cada vez mais crítico em relação a Israel, devido ao elevado número de mortos palestinos em sua ofensiva em Gaza e às restrições quanto à quantidade de ajuda humanitária chegando ao território devastado.

Em maio, o presidente americano propôs um plano de cessar-fogo, porém as negociações entre Israel e o Hamas têm se arrastado, mantendo a ofensiva israelense em Gaza. De acordo com dados oficiais israelenses, o ataque do Hamas no sul de Israel resultou em 1.197 mortes, a maioria delas civis, segundo contagem da AFP.

Os combatentes do grupo islamita também sequestraram 251 pessoas. O Exército estima que 111 ainda estão em Gaza, mas acredita-se que 39 deles tenham falecido. A devastadora ofensiva militar de Israel contra Gaza resultou na morte de mais de 39.175 palestinos, a maioria civis, de acordo com o último relatório do Ministério da Saúde do governo do Hamas.

*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira

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