A CPI das Bets convocou Edna Oliveira dos Santos, apontada como “laranja” no caso da Vai de Bet, antiga patrocinadora do Corinthians, para depor na condição de testemunha. O requerimento, de autoria do senador Izalci Lucas (PL-DF), foi aprovado na terça-feira. Ainda não há data marcada para o depoimento. No requerimento, Edna é classificada como “figura central em um caso de suposta fraude envolvendo o patrocínio da plataforma Vai de Bet ao Corinthians”. A empresa Neoway Soluções, registrada em seu nome sem seu conhecimento, recebeu transferências de mais de R$ 1 milhão em comissões destinadas ao intermediário do contrato. A mulher vive em condições simples, em Peruíbe, no litoral paulista.
Em outro requerimento aprovado pela CPI, o senador Izalci Lucas solicitou uma série de informações sobre registros, contratos e relatórios à Neoway. A investigação procura identificar se a empresa facilitou a transferência de comissões ou valores adicionais de forma não transparente e se houve manipulação financeira para beneficiar terceiros. “Nesse contexto, a Neoway teria sido utilizada para movimentar recursos de forma disfarçada, possibilitando a ocultação da origem e do destino real dos fundos, o que é uma prática comum em esquemas de lavagem de dinheiro”, diz trecho do documento.
Ao assinar com a Vai de Bet, o Corinthians fechou o maior acordo de patrocínio do futebol brasileiro. A marca do ramo de apostas ofereceu R$ 360 milhões para estampar o espaço mais nobre da camisa corintiana por três temporadas. O acordo previa o pagamento de R$ 10 milhões ao longo dos 36 meses de contrato. Ao todo, o clube recebeu R$ 66 milhões pela parceria.
O contrato previa também o pagamento de 7% do montante líquido de cada parcela à Rede Media Social Ltda. Ou seja, 700 mil por mês ao longo de três anos, resultando em R$ 25,2 milhões ao fim do contrato. Após os pagamentos da comissão, a Rede Social Media Ltda repassou parte dos valores por meio de PIX à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa com endereço na Avenida Paulista que serviria como “laranja”.
Outras intermediadoras no alvo
Outras empresas citadas na investigação da CPI são a Zelu Brasil Facilitadora e a Pay Brokers, intermediárias autorizadas a fazer os repasses de patrocínio da Vai de Bet ao Corinthians. Contudo, R$ 56 milhões foram pagos pela casa de apostas por outras três intermediadoras ausentes no contrato: Otsafe e Pagfast EFX, a segunda, com dois números de CNPJ diferentes. Tanto a Zelu Brasil Facilitadora e a Pay Brokers foram alvos de buscas da Polícia Civil de Pernambuco na Operação Integração, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar.
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