Milagreiros de cemitérios em SP atraem devotos em busca de realizações

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Newton Tomio Miyashita, de 68 anos, é um devoto frequente do túmulo de Antoninho da Rocha Marmo, no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Com flores em mãos, ele agradece pelos milagres recebidos ao longo de mais de três décadas. Médico ginecologista e obstetra, atribui a Antoninho a cura completa de uma hepatite C e duas recuperações de câncer.

No extremo sul da cidade, Anderson Lemos, de 36 anos, visita regularmente o Cemitério de Santo Amaro com sua família. O sacerdote de umbanda presta homenagens e expressa gratidão às “almas caridosas”, principalmente a Noêmia Jessnitzer (Bebê Noêmia), pelas graças recebidas, como a melhora da saúde da filha, que tinha problemas respiratórios graves.

No final do ano, muitos devotos procuram mais os chamados “Milagreiros de Cemitério”, cujos túmulos se tornaram locais sagrados de devoção popular devido a mortes marcadas por sofrimentos.

“As pessoas buscam os milagreiros em datas como o Dia de Finados para agradecer pelas graças recebidas ou pedir ajuda para o futuro”, explica Thiago Souza, autor do livro “Milagreiros de Cemitério”. Em sua pesquisa, catalogou 25 milagreiros na cidade.

Nessas visitas, as pessoas levam flores e velas, rezam agradecimentos e fazem pedidos. Os túmulos se tornam altares onde são deixadas placas de agradecimento pelas graças alcançadas.

“A beleza do fenômeno está no reconhecimento popular. Cada devoção é quase particular, um pacto entre o devoto e o milagreiro”, destaca Thiago.

Os túmulos não apenas guardam memórias, mas se transformam em símbolos de fé e esperança. As visitas a esses locais representam para muitos uma busca por soluções para problemas cotidianos ou uma maneira de transformar a dor em possibilidade.

Thiago de Souza descreve Antoninho da Rocha Marmo, nascido em 1918, como um menino com forte ligação com a fé católica, que realizou milagres. Mesmo após sua morte precoce em 1930, ele é lembrado pelos milagres atribuídos a ele, como a cura de pessoas.

Noêmia Jessnitzer, conhecida como Bebê Noêmia, viveu apenas seis meses em 1899 e é lembrada no Cemitério de Santo Amaro. Seu túmulo era conhecido por verter água santa, utilizada para curar doenças, especialmente em crianças.

Anderson Lemos, devoto de Noêmia Jessnitzer, Antônio Bento do Portão e Alzira Branco Jacinto, mantém viva a memória e religiosidade desses milagreiros. Criou o grupo B.N.A (Bento, Noêmia e Alzira), composto por 18 devotos ativos.

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