Sete parlamentares enviaram emenda após hospital contratar lobista

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A contratação de um lobista pelo hospital Ana Nery visando a captação de emendas parlamentares levou sete parlamentares a enviarem emendas para a unidade hospitalar. Documentos obtidos pela Polícia Federal revelaram que o lobista Cliver Fiegenbaum foi contratado para intermediar esse processo.

A contratação do lobista foi o ponto central da operação Emendafest, que realizou mandados de busca e apreensão para investigar possíveis desvios envolvendo emendas parlamentares. Até o momento, nenhum parlamentar está sob investigação, porém, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltou a necessidade de apurar todos os autores das emendas, além do deputado mencionado.

O deputado Afonso Motta (PDT-RS) foi mencionado no contexto da investigação, juntamente com seu assessor. Conversas entre o assessor e o lobista apontam para possíveis pagamentos irregulares visando a liberação de emendas para o hospital Ana Nery.

Além de Afonso Motta, outros cinco deputados e dois senadores direcionaram emendas para o hospital gaúcho após a contratação do lobista, que cobrava uma comissão de 6% sobre o valor das verbas. Embora as emendas tenham sido empenhadas entre 2023 e 2024, nenhuma delas foi efetivamente paga até o momento, conforme registros do Portal da Transparência.

Destaca-se o valor de R$ 400 mil em emenda destinado pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente durante a gestão de Jair Bolsonaro e atual senador pelo Rio Grande do Sul.

Confira os valores empenhados pelos parlamentares:

  • Senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) – R$ 400.000
  • Senador Paulo Paim (PT-RS) – R$ 100 mil
  • Deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) – R$ 380.000
  • Deputada Maria do Rosário (PT-RS) – R$ 200.000
  • Deputado Afonso Motta (PDT-RS) – R$ 199.995
  • Deputado Bohn Gass (PT-RS) – R$ 137.627
  • Deputado Bibo Nunes (PL-RS) – R$ 128.441

Posicionamentos dos parlamentares:

O deputado Bibo Nunes nega irregularidades nos repasses, afirmando que não utiliza intermediários e publica suas emendas de forma transparente. Já o senador Hamilton Mourão ressalta que não se envolve em esquemas, repassando recursos diretamente, sem intermediários. Maria do Rosário alega que a emenda partiu da bancada do PT e da comunidade, sem qualquer relação com funcionários do hospital. O senador Paulo Paim reforça não receber lobistas e sempre destinar emendas aos fundos municipais para gestão transparente.

Os demais congressistas citados não se pronunciaram até o momento.

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