Deputados e senadores alinhados a Bolsonaro expressaram críticas contundentes à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A acusação formulada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta que o ex-chefe de Estado liderou esforços para promover um golpe de Estado.
O deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da Oposição na Câmara, destacou que a denúncia carece de fundamentação jurídica sólida, levantando questionamentos sobre a imparcialidade e isenção da PGR.
“É imperativo ressaltar que essa denúncia, desprovida de evidências concretas para sustentar acusações graves, parece fundamentar-se em interpretações subjetivas”, afirmou Zucco.
Zucco enfatizou o compromisso da oposição em monitorar de perto a situação para assegurar que Bolsonaro não seja vítima de uma perseguição política camuflada como procedimento legal.
“A Oposição reitera seu total apoio a Jair Bolsonaro, reconhecendo-o como um líder que sempre respeitou a Constituição e o Estado Democrático de Direito. Repudiamos veementemente qualquer tentativa de criminalização de sua atuação política, denunciando tal ação como uma ofensiva seletiva com motivações além do âmbito jurídico”, declarou.
A deputada Caroline de Toni (PL-SC), líder da Minoria na Câmara, também enfatizou a percepção de que Bolsonaro está sendo alvo de perseguição política. Ela argumentou que as evidências apresentadas pela PGR, com base em investigações da Polícia Federal sobre o suposto golpe, são claramente motivadas por interesses políticos.
“A perseguição política no Brasil possui seus mentores conhecidos por todos. Hoje, o líder máximo do país torna-se formalmente uma vítima do autoritarismo. Um processo fundamentado em motivações políticas evidencia que o Estado Democrático de Direito é apenas uma fachada. Aqueles envolvidos nisso demonstram desrespeito total à nação”, pontuou De Toni.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) destacou que a denúncia da PGR reforça a importância de aprovar o projeto de lei que visa anistiar os condenados pelas ações de 8 de Janeiro. Este projeto foi apresentado como forma de absolver indivíduos comuns punidos por danos ao patrimônio público.
“A denúncia da PGR contra o ex-presidente Bolsonaro ressalta a necessidade premente de aprovarmos a anistia. O Brasil não pode permitir que perseguições políticas sejam utilizadas como armas contra cidadãos que apenas expressaram sua indignação em busca de justiça social”, afirmou Zambelli.
Segundo a denúncia da PGR, Bolsonaro chefiou uma organização criminosa com base em um projeto autoritário de poder, fortemente influenciado por setores militares. Além disso, o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, que se encontra em prisão preventiva, também foi apontado como comandante do esquema.
“A organização era liderada pelo presidente da República e seu candidato a vice, o general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam e executaram ações caracterizadas como crimes de atentado contra a independência dos poderes e o Estado de Direito democrático”, diz um trecho da denúncia.
Em comunicado, os advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, representantes de Braga Netto, qualificaram a denúncia como “fantasiosa”. O texto ainda ressalta que o general está detido há mais de 60 dias, sem amplo acesso aos autos, e em função de uma delação premiada que não lhe foi apresentada para contestação.
A defesa confia na justiça e espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) corrija essa investigação equivocada e sem fundamentos sólidos, concluindo sua manifestação.
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