Policial penal acusado de cobrança de propina é alvo de operação em Salvador; agente foi afastado das funções

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Francisco Carlos da Cunha, policial penal, foi alvo da segunda fase da ‘Operação Falta Grave’. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em sua residência, em Salvador, nesta segunda-feira (31).

O Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Gaeco, denunciou o policial pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa. Ele é acusado de operar um esquema de cobrança de propina na Casa do Albergado e Egresso (CAE) na capital baiana. A 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca de Salvador acatou a denúncia e determinou seu afastamento do cargo público, conforme decisão do dia 27 passado.

As provas contra o acusado foram obtidas na primeira fase da ‘Falta Grave’, iniciada em setembro de 2024. As investigações revelam que o policial penal, juntamente com outros indivíduos denunciados anteriormente, vinha exigindo valores dos internos da CAE em troca de pernoites ou fins de semana fora da unidade prisional.

A operação conjunta envolvendo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), o Grupo Especializado em Operações Prisionais (GEOP), o Ministério Público da Bahia, por meio do Gaeco e do Grupo de Atuação Especial de Execução Penal (Gaep), além do apoio da Polícia Militar, por meio do Batalhão de Policiamento de Prevenção a Furtos e Roubos de Veículos (BPFRV), visa reunir evidências para identificar outros envolvidos na associação criminosa, seu modo de operação e a prática de outros delitos.

O ESQUEMA
De acordo com as investigações do Gaeco e do Serviço de Inteligência da Seap, o policial penal recebia propinas que variavam entre R$ 20 e R$ 70 por dia, podendo aumentar em fins de semana, feriados ou dias consecutivos. Os servidores manipulavam os registros de presença dos detentos, obtendo assinaturas retroativas no livro de presenças para simular a presença dos internos quando, na realidade, estavam fora da unidade.

A investigação revelou que a prática criminosa era difundida na Unidade, sendo que os presos do regime fechado e semiaberto em Salvador tinham pleno conhecimento do esquema. Ao progredirem de regime, buscavam os agentes penais corruptos em busca de benefícios.

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