O Paraguai tomou uma medida significativa ao convocar o embaixador do Brasil, José Antônio Marcondes, para prestar esclarecimentos sobre um suposto caso de espionagem realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra o país vizinho. O chanceler paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano, solicitou explicações detalhadas sobre a alegada ação de inteligência, considerando-a uma violação do direito internacional. Mesmo sem evidências concretas das ações brasileiras, o Paraguai decidiu suspender as negociações do Anexo C do tratado da Itaipu Binacional, que deveriam ser assinadas até o final de maio, até que o Brasil se pronuncie oficialmente sobre o assunto.
O caso de suposta espionagem veio à tona por meio de uma reportagem do UOL e teria ocorrido antes do fechamento de um novo acordo entre Brasil e Paraguai sobre os valores pagos pela energia fornecida. A ação teria sido planejada durante o governo de Jair Bolsonaro e executada com autorização do atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa. Alega-se que agentes da Abin acessaram informações sigilosas nos computadores relacionadas às negociações das tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu, objeto de disputa comercial entre os dois países há anos. Essa operação resultou na obtenção de dados de diversos líderes paraguaios.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil negou qualquer envolvimento do governo do presidente Lula na ação de espionagem, esclarecendo que a operação foi autorizada pelo governo anterior em junho de 2022 e cancelada após a nova gestão assumir ciência do fato. O Ministério enfatizou o compromisso do governo atual com o respeito e a transparência nas relações diplomáticas com o Paraguai e demais parceiros internacionais.
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