Há mais de três décadas, a família do agricultor Sebastião José Soares, 68 anos, tem enfrentado a invasão de suas terras por empresas do setor de celulose, inicialmente pela Fibria e posteriormente pela Suzano Papel e Celulose, após fusão. Documentos comprovam a posse da família sobre uma área de 327 hectares em Alcobaça (BA) desde 1989, porém a Suzano insiste em explorar eucalipto no local sem contrato ou autorização.
Em meio a invasões, omissões e humilhações, a família Soares tem enfrentado um conflito desigual. Audiências são marcadas, porém a Suzano nunca comparece, deixando a família sem respostas da Justiça. A situação se agravou em 12/04/2024, quando dois trabalhadores contratados por Sebastião foram presos pela Polícia Civil de Caravelas, em conjunto com a segurança privada da Suzano, sob acusação de furto de madeira, mesmo apresentando contrato de compra assinado pelo agricultor.
Diante do conflito, a defesa destaca a falta de provas apresentadas pela polícia, sinalizando para a preparação de ações por danos morais e patrimoniais contra a Suzano. Enquanto Sebastião luta pela sua terra, documentada legalmente, a empresa de celulose permanece em silêncio diante das acusações.
Sob um contexto histórico que remonta a 1989, quando a terra foi registrada em nome da família Soares, e passando pelas práticas irregulares da Fibria nos anos 1990, a situação se agravou com a intensificação do conflito após a Suzano herdar a questão. Enquanto a comunidade aguarda respostas das autoridades, a pergunta que ecoa é até quando o poder econômico prevalecerá sobre os direitos constitucionais e a justiça.
Diante do sofrimento causado, a pergunta persiste: Até quando a justiça permitirá que o poder econômico prevaleça sobre os direitos fundamentais?
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