Glauber Braga conta bastidores da cassação, greve de fome e futuro da esquerda brasileira; confira entrevista

Publicado:

A cassação do mandato de Glauber Braga (Psol-RJ) na Câmara dos Deputados gerou ampla polêmica, especialmente com sua greve de fome e a decisão de dormir no Congresso. Essa estratégia lhe concedeu mais tempo para sua defesa, após a mobilização do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Após ganhar tempo, Braga começou a realizar manifestações em todo o país, buscando apoio e pressionando o Congresso sobre sua cassação. Na quinta-feira (15), ele esteve em Salvador e deu uma entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, revelando os bastidores da situação, suas expectativas e o futuro da esquerda no Brasil.

A ENTREVISTA

Na entrevista, Glauber expressou otimismo sobre a manutenção de seu mandato, devido à pressão sobre parlamentares próximos a Arthur Lira (PP-AL), visto como responsável pela cassação. Ele caracterizou o processo como uma vingança, com a intenção de silenciar quem o desafia.

Braga destacou sua denúncia ao STF sobre irregularidades na liberação de emendas parlamentares, que resultou em uma investigação sobre R$ 4,2 bilhões. Ele enfatizou que a pressão política pela sua cassação era significativa.

“Os aliados de Lira o pressionam, pois sabem que a cassação proposta tem um preço político alto. Isso é uma vingança e uma mensagem clara aos outros parlamentares”, disse o deputado.

Ele compartilhou detalhes sobre sua greve de fome, que visava chamar a atenção para a perseguição política que estava enfrentando. Resumiu que seu protesto conseguiu criar mobilização popular.

“O que eu queria era alertar as pessoas sobre o que estava acontecendo no Congresso. Se não houvesse essa embalagem nacional, o processo teria sido rápido e eu não estaria aqui conversando”, explicou.

A relatoria do seu caso ficou a cargo do deputado Paulo Magalhães (PSD), que tem um passado controverso. Glauber revelou que Magalhães inicialmente havia prometido apoio à sua defesa, mas posteriormente mudou de posição após reunião com Lira.

“Ele prometeu ajudar, mas depois fez um acordo e votou pela admissibilidade do processo, criando um paradoxo em sua posição”, comentou Braga.

Glauber também analisou a situação da esquerda no Brasil, comentando a diminuição dos movimentos sociais e a importância de mobilizações diretas. Ele acredita que a mudança política vem de ações fora do espaço institucional.

“Não quero ser um cadáver político. Estamos mobilizando o povo e respeitando a pressão social para resistir aos ataques”, disse.

Ele mencionou a necessidade de consolidar o crescimento da esquerda com radicalidade, enfrentando a extrema direita de maneira eficaz e direta.

“É crucial que a esquerda se posicione de maneira radical e clara para conquistar a mente e o coração das pessoas”, concluiu.

Confira a entrevista completa:

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Onze pessoas são esfaqueadas em supermercado nos Estados Unidos

Em uma tarde trágica, onze pessoas se tornaram vítimas de um ataque violento em um supermercado Walmart localizado em Traverse City, Michigan. O...

Policiais Militares apreendem 11 mil pés de maconha e detêm suspeito em Jaguarari

Na manhã de quarta-feira (23), em uma operação no distrito de...

Homem é preso por estupro de cinco crianças entre 7 e 14 anos na Bahia

Em uma operação tensa, um homem foi preso em Itamaraju, na Bahia, sob a acusação de ter cometido abusos sexuais contra cinco crianças...