A busca insensata por protagonismo (por Roberto Brant)

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Em um momento histórico em que as relações internacionais estão em plena transformação, a política externa brasileira vive uma encruzilhada. Joaquim Nabuco, em seu papel como embaixador nos Estados Unidos, destacou a importância de um senso de realidade e proporção na diplomacia. Essa sabedoria parece ter sido esquecida em tempos recentes, onde o ativismo partidarizado tomou conta, desvirtuando nossa tradição diplomática e minando interesses permanentes do Brasil.

Vivemos em um mundo marcado por rupturas significativas: a invasão da Ucrânia, a polarização política nos EUA sob a presidência de Trump, e a ascensão de empresas de tecnologia que desafiam a soberania dos Estados. Neste contexto, a política externa do Brasil não pode se eximir dessas realidades, mas também não deve agir com a ousadia de quem não possui o poder necessário para influenciar os eventos globais. A prudência é mais que uma escolha; é uma necessidade para a proteção dos interesses nacionais.

Infelizmente, tanto o governo anterior quanto o atual têm cultivado um voluntarismo ideológico que afasta o Itamaraty de seu papel profissional. No caso da Ucrânia, a hesitação do presidente Lula em condenar a agressão russa e sua visita a Moscou ao lado de líderes autocráticos revelam uma falta de alinhamento com a tradição diplomática brasileira e com a vontade popular. O princípio da não intervenção, essencial para um país sem recursos bélicos significativos, parece ser ignorado.

Nos Estados Unidos, por outro lado, o ex-presidente Bolsonaro demonstrou uma subserviência preocupante ao governo Trump, enquanto Lula tece comentários provocativos a um líder que, apesar de suas falhas, não tem causado danos diretos ao Brasil. A situação é um reflexo de uma política externa que, com frequência, flerta com a irrelevância e a incoerência.

Mais recentemente, Lula e sua esposa buscaram apoio na China para conter a influência das empresas de tecnologia, sem perceber que, na verdade, essas corporações naquele país são controladas pelo governo. Isso levanta uma dúvida inquietante: será esse o modelo que nosso presidente deseja para o Brasil? A política externa brasileira, entre amadorismo e ideologia, está em um caminho que nos afasta do senso de realidade e proporção que Nabuco defendia.

E você, o que pensa sobre a direção que nossa política externa está tomando? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!

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