Jovem Pan > Notícias > Economia > Moody’s Reavalia a Perspectiva de Crédito do Brasil em Meio a Desafios Fiscais
A agência Moody’s ajustou a perspectiva do rating soberano do Brasil de positiva para estável, mantendo a nota Ba1, o primeiro nível da categoria ‘especulativa’. O motivo? Desafios sérios na execução de um ajuste fiscal eficaz.
- Por da Redação
- 30/05/2025 20h04 – Atualizado em 30/05/2025 20h22
Emmanuel Dunand/AFP

A manutenção da nota Ba1 é sustentada pelo crescimento econômico e pela implementação de reformas.
A Moody’s Ratings revisou a perspectiva do rating soberano do Brasil, refletindo a diminuição dos fatores que poderiam contribuir para uma melhoria na classificação. A pressão aumenta com o aumento dos custos da dívida e a rigidez nas despesas públicas. A agência enfatiza que a capacidade do governo de promover cortes substanciais é limitada, intensificando a necessidade de reformas estruturais abrangentes.
Recentemente, o Banco Central revelou que a dívida bruta do Brasil chegou a 76,2% do PIB, totalizando impressionantes R$ 9,2 trilhões. Em contrapartida, o Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com resultados fiscais melhores e reformas estruturais essenciais, destacando uma proposta de reforma tributária para modernizar o sistema e aumentar a eficiência na arrecadação.
Entretanto, a proposta de um aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para arrecadar R$ 19 bilhões enfrenta resistência no Congresso. A Moody’s observa que a possibilidade de uma elevação na classificação do Brasil está condicionada à construção de um consenso em torno das reformas. O cenário se complica, pois um eventual rebaixamento da nota pode ocorrer se os esforços de consolidação fiscal se invertarem.
A manutenção da nota Ba1 é respaldada pelo crescimento econômico, que, no primeiro trimestre deste ano, apresentou alta de 1,4%, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. Desde a atribuição da nota em outubro de 2024, a agência segue atenta aos sinais de endividamento e incertezas fiscais que ainda persistem.

No panorama atual, o potencial de crescimento e as reformas em andamento são fatores que sustentam a nota de crédito do Brasil. Todavia, a necessidade urgente de ações significativas não pode ser ignorada, para que o país se afaste do risco de inadimplência que pesa sobre sua classificação.
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