Morre Arlindo Cruz, ícone do samba, aos 66 anos

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O silêncio tomou conta do mundo do samba nesta sexta-feira (8) com a partida de Arlindo Cruz, um dos maiores ícones do gênero, aos 66 anos. Sua morte, como confirmou a família, representa uma despedida melancólica, oito anos após um AVC hemorrágico que o afastou dos palcos, deixando um legado sem igual.

Arlindo deixou a esposa, Babi Cruz, os filhos Arlindinho e Flora, e três netos. O cantor carioca sofreu um AVC em março de 2017, quando estava prestes a se apresentar no Festival Vozes do Brasil, marcado para o dia 19 do mesmo mês. Sua última performance, inesperadamente significativa, ocorreu em 14 de março.

Após o AVC, Arlindo passou mais de um ano internado, enfrentando uma luta contra as sequelas que afetavam sua fala e mobilidade. Durante sua recuperação, houve momentos de esperança, como sua melhoria motora que permitiu algumas conquistas, mas seu quadro regrediu após novas internações.

Em um dos relatos mais tocantes, Babi descreveu como Arlindo não respondia mais aos estímulos, destacando a distância que se formou entre ele e o mundo externo. “Hoje ele está bem dentro do mundinho dele, do universo dele,” disse, refletindo a tristeza que tomou conta da família.

O artista iniciou sua trajetória nos palcos em 1981, nas rodas do Cacique de Ramos, ao lado de grandes nomes do samba. Em sua jornada, integrou o Grupo Fundo de Quintal até 1993, onde deixaria sua marca como compositor e músico, contribuindo para a evolução do pagode moderno.

Sua carreira solo deu passos firmes a partir de 1993, com parcerias memoráveis e sucessos inesquecíveis como “Da Música” e o DVD “MTV ao Vivo: Arlindo Cruz”. Com uma voz marcante e considerada uma “caneta de ouro”, Arlindo registrou 795 obras, alcançando a façanha de ser regravado por artistas renomados como Zeca Pagodinho e Maria Rita.

Ao longo da carreira, ele conquistou cinco indicações ao Grammy Latino e venceu 26 prêmios, como o Prêmio da Música Brasileira. Em 2025, sua trajetória foi eternizada na biografia “O Sambista Perfeito”, que revela não apenas sua carreira, mas também desafios pessoais, incluindo temas delicados como o uso de drogas.

Arlindo Cruz foi um verdadeiro mestre do samba e sua partida deixa um vazio inestimável. Compartilhe suas lembranças e homenagens a esse artista que marcou gerações. Sua história e música continuam a ecoar em nossos corações.

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