TJ-BA lança prêmio para reconhecer jornalismo que combate a violência doméstica

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O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), por meio da Coordenadoria da Mulher, lançou o 1º Prêmio de Jornalismo “Narrativas que Salvam”. Este prêmio faz parte da programação da 31ª Semana da Justiça pela Paz em Casa e tem como foco reconhecer trabalhos jornalísticos que ajudem a enfrentar a violência doméstica e o feminicídio no Brasil. O edital foi divulgado nesta sexta-feira (3), e as inscrições, que são gratuitas, estarão abertas de 3 de outubro a 3 de novembro de 2025.

A desembargadora Nágila Maria Sales Brito, presidente da Coordenadoria da Mulher, destacou a importância de valorizar o trabalho jornalístico como ferramenta de resistência e transformação social. “O Prêmio ‘Narrativas que Salvam’ é um reconhecimento ao jornalismo que salva vidas, rompe o silêncio e aponta caminhos para uma sociedade mais justa e livre de violência de gênero”, afirmou.

Em entrevista ao Bahia Notícias, a desembargadora expressou preocupação com a forma como os casos de violência são noticiados, mencionando o risco de um “efeito gatilho”. Ela citou casos alarmantes, como agressões que deixaram marcas permanentes e que atraem a atenção da sociedade.

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Foto: Aline Gama / Bahia Notícias

A desembargadora enfatizou a necessidade de repensar as coberturas jornalísticas. Em vez de focar nos métodos dos crimes, as reportagens deveriam ressaltar as consequências sociais, como a situação das crianças órfãs e a responsabilidade financeira dos agressores. “Quem vai cuidar dessas crianças? E como fica a parte psicológica e material? Quem vai arcar com esses custos?”, questionou.

Ela também ressaltou a importância de informar sobre as medidas de responsabilização dos agressores, como a obrigação de custear despesas médicas e indenizações. “Essas notícias precisam deixar claro que estão sendo tomadas providências para não sobrecarregar a sociedade”, completou.

O prêmio é destinado a jornalistas e estudantes de jornalismo da Bahia, com trabalhos publicados entre janeiro de 2024 e setembro de 2025. As categorias incluem Reportagem Escrita, Audiovisual, em Áudio e Fotojornalismo. Já a categoria universitária aceita artigos e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Cada participante pode inscrever até dois trabalhos por categoria, que serão avaliados com base em critérios como relevância social, qualidade narrativa e potencial transformador.

A premiação irá conceder troféus, diplomas e certificados de reconhecimento. Os finalistas serão anunciados em 11 de novembro, e a cerimônia de premiação acontecerá no dia 24 de novembro, no auditório do TJ-BA, no Centro Administrativo da Bahia.

O que você acha dessa iniciativa? Quais são suas opiniões sobre a cobertura da violência doméstica na mídia? Compartilhe seus pensamentos nos comentários!

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