Uma investigação da Polícia Federal (PF) aponta que a vice-prefeita de Marituba, Bárbara Bessa Marques (MDB), pode estar envolvida em um esquema de corrupção que desviou quase R$ 200 milhões nas áreas da Saúde e Educação no Pará. A PF indica que há indícios fortes de que Bárbara tenha recebido dinheiro em espécie, acondicionado em uma sacola. Por conta disso, um decreto de prisão preventiva foi emitido contra ela.
As evidências incluem gravações de câmeras de segurança da Assembleia Legislativa do Pará, coletadas durante a operação Expertise, que teve sua segunda fase deflagrada na última quinta-feira (9). Os registros mostram movimentações suspeitas, como saques e transferências de valores em órgãos públicos. Entre os envolvidos, está Jacélio Faria da Igreja, sócio da empresa Líder Engenharia, sob investigação.
Uma gravação específica captura Jacélio em uma agência do banco Sicoob, onde uma funcionária lhe entrega uma sacola vazia, possivelmente para acomodar pacotes de dinheiro. Em seguida, Bárbara é filmada entrando no veículo de Jacélio e, após cerca de cinco minutos, saindo com a sacola. O carro dela está em nome de sua irmã, Beatriz Marques.
A PF destaca que o episódio evidencia uma entrega disfarçada de valores ilícitos à vice-prefeita após um saque bancário. Beatriz Marques, irmã de Bárbara e servidora pública, ocupou um cargo de assessora especial na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade e agora enfrenta a suspensão de sua função pública por decisão judicial.
O relatório da PF também supõe que Beatriz estava dirigindo o veículo após Bárbara sair dele. Além de sua função como vice-prefeita, Bárbara atua como Secretária Municipal de Educação, cargo que inclui responsabilidades sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), área sob investigação. Ela foi exonerada de sua posição na última quinta-feira.
As investigações revelam contratos públicos celebrados pela Prefeitura de Marituba que apresentam indícios de fraude, especialmente aquele firmado com a Líder Engenharia, onde cerca de R$ 20 milhões foram comprometidos, dos quais R$ 13 milhões já foram pagos. A Controladoria-Geral da União apontou irregularidades na execução dos serviços contratados.
Operação Expertise
A operação Expertise investiga uma organização criminosa que comete crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. O esquema envolve contratações fraudulentas por órgãos públicos do Pará, utilizando recursos dos fundos Federais da Educação e Saúde.
A PF identificou um padrão de operação que envolve empresários e servidores públicos. Os contratos milionários fraudulentos foram firmados sem a execução real do serviço, com os pagamentos sendo feitos antes mesmo da conclusão dos trabalhos.
De acordo com a investigação, as etapas do esquema incluem a realização de licitações direcionadas e saques em espécie, que eram redistribuídos entre agentes envolvidos no esquema.
Resposta da Prefeitura e Assembleia Legislativa
A Prefeitura de Marituba afirmou estar colaborando totalmente com as investigações e tomando todas as medidas necessárias para garantir a transparência. A Assembleia Legislativa, por sua vez, declarou que não está diretamente envolvida na investigação e que tomou conhecimento dela apenas no momento da execução dos mandados de busca.
Até o momento, a defesa de Bárbara e Jacélio não se manifestou sobre as acusações.
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