Caminho das armas: saiba para onde vão os fuzis apreendidos no RJ

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Os dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro mostram que, de janeiro a setembro deste ano, 593 fuzis foram apreendidos no estado. Isso representa uma média superior a duas armas por dia. Sem essas armas, os criminosos perdem o controle dos morros. Mas o que acontece com esses fuzis?

O delegado Vinícius Domingos, coordenador da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos da Polícia Civil do RJ, explicou como essas armas são tratadas após a apreensão. O ideal seria que elas fossem imediatamente entregues à Justiça, mas falhas estruturais atrasam esse processo. Assim, as armas permanecem sob a responsabilidade da Cfae.

“A gente cataloga as armas e avalia a qualidade delas. Se forem de boa conservação e similares às que as forças policiais usam, fazemos uma representação à Justiça para que a arma seja transferida ao Estado”, detalhou Domingos.

Após essa solicitação, parte das armas é destinada ao uso policial, enquanto o restante é guardado para possíveis investigações judiciais. Por exemplo, se alguém for detido por porte ilegal de arma e houver evidências mostrando que ela foi utilizada em um crime, esse equipamento será mantido para análises futuras.

Com autorização judicial, as armas são destruídas pelo Exército cerca de três anos após a apreensão. Para casos relacionados a homicídios, esse prazo pode ser de até 10 anos, uma vez que esses processos judiciais costumam ser mais prolongados. Domingos afirma que, regularmente, levam quantidades significativas de armas para destruição no Exército.

Como chegam ao Brasil

As facções criminosas utilizam várias rotas para trazer armas ao Brasil, mas o transporte terrestre é o mais comum. A Cfae identifica a fronteira com o Paraguai e a região amazônica, nas divisas com Peru, Colômbia e Venezuela, como as principais portas de entrada para armamentos estrangeiros.

“Grande parte desses armamentos é desviada das forças armadas regulares desses países”, comentou Domingos.

O combate

Diante desse cenário, o coordenador acredita que é necessário trabalhar na legislação para conter o fluxo de armamentos. Ele ressalta que a questão da fronteira é complicada, mas não é o principal problema.

“A gente entende que a fronteira é um desafio, mas a modernização da legislação é fundamental para desestimular os criminosos e garantir que as penas sejam adequadas”, concluiu.

E você, o que pensa sobre a questão do tráfico de armas no Brasil? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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