Uma pesquisa recente do Instituto Ipsos, divulgada às vésperas da COP30, aponta que menos da metade dos brasileiros sabe qual é o objetivo da conferência. O evento, que começará na próxima segunda-feira, dia 10, ocorrerá em Belém, capital do Pará.

De acordo com o levantamento, apenas 52% dos entrevistados compreendem que a COP30 é uma reunião destinada a discutir ações para enfrentar as mudanças climáticas. Isso significa que 48% dos brasileiros ainda não têm clareza sobre o que se trata o evento.

Outro dado alarmante é que somente 35% das pessoas sabem que a conferência acontecerá em Belém. Em comparação com outros países, o Brasil apresenta a maior taxa de conhecimento sobre a cidade sede, enquanto apenas 12% dos entrevistados globalmente sabiam onde seria o evento.

Esses números indicam que a divulgação sobre a COP30 ainda precisa de um impulso. Outros países que já sediaram a conferência, como Alemanha, França e Reino Unido, demonstraram maior conhecimento da população, com taxas de 64% e 59%, respectivamente, superando a média global de 44%.

Além do desconhecimento, as expectativas em relação ao evento não são muito animadoras. Globalmente, 49% dos entrevistados acreditam que a COP30 será apenas simbólica, enquanto 34% têm a esperança de que será efetiva. No Brasil, 43% esperam resultados ruins, 41% estão otimistas e 16% não esperam nada.

Os jovens, especialmente da Geração Z, são os mais esperançosos, com 45% acreditando na eficácia do evento, em contraste com 29% dos Boomers. O otimismo também é maior entre os cidadãos do Sul Global: 51% no Oriente Médio e na África, 43% na Ásia-Pacífico e 39% na América Latina. Já nas economias mais desenvolvidas, o ceticismo predomina, com apenas 25% na Europa e 24% na América do Norte acreditando que a conferência trará resultados concretos.

Márcia Cavallari, diretora do Ipsos, ressalta que jovens e povos do Sul Global veem as medidas climáticas como essenciais para suas vidas futuras, o que gera uma perspectiva mais otimista. Entretanto, 42% da população considera a falta de vontade política como a maior barreira para o sucesso de iniciativas climáticas.

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