A tensão na cidade de Suwayda, na Síria, tem forçado muitos cristãos a abandonarem suas casas. Homens se veem na difícil situação de pedir para suas esposas e filhos fugirem do local, como é o caso de Rama (pseudônimo), uma mulher cristã que decidiu deixar a cidade com seus filhos devido à escalada da violência.
Rama participa de um projeto de aconselhamento pós-trauma em Damasco, promovido por um parceiro da Portas Abertas. Em uma sessão, ela relatou sua experiência em Suwayda, onde conflitos começaram em 13 de julho. Tudo teve início com o assalto a um comerciante druso, resultando em uma onda de vinganças entre drusos e beduínos, que culminou em uma violenta luta armada.
A intervenção do governo sírio agravou a situação. O conflito resultou em cerca de mil mortes e diversas denúncias de abusos cometidos por todos os lados. Os cristãos, no meio desse caos, tornaram-se alvos vulneráveis. Igrejas e residências de, pelo menos, 30 famílias cristãs foram danificadas, forçando muitas a buscarem abrigo em uma igreja da cidade.
“No início, dormimos nas cadeiras da igreja. A comida e água eram escassas. Com cerca de 400 pessoas abrigadas, mal conseguimos fazer uma refeição por dia. Eu ouvia histórias aterrorizantes sobre mulheres e meninas sendo atacadas. Meu marido insistiu para que eu fugisse com nossos filhos. Após 26 dias, conseguimos escapar para Damasco por meio de um corredor humanitário”, contou Rama.
Enquanto isso, o marido de Rama ficou em Suwayda para proteger o lar e seguir com seu trabalho. A cidade continua a viver em instabilidade, com a estrada onde tudo começou sendo palco de constantes tiroteios e assaltos. Recentemente, um ônibus foi atacado, resultando em duas mortes e 11 feridos.
A situação é ainda mais difícil para os cristãos da região, que enfrentam ameaças de extremistas. Uma mensagem alarmante foi encontrada em uma igreja em Maarat Saidnaya: “Cristãos infiéis, não há outro Deus além de Alá. Depois de Dweila, será a vez de Maarat.” Essa ameaça se refere a um ataque em Dweila, onde 22 cristãos foram mortos em junho, deixando as famílias cristãs em estado de alerta.
Diante dessa realidade, a luta pela segurança e a sobrevivência da fé da região se intensificam. Como essa situação ressoa com você? Compartilhe suas opiniões e reflexões nos comentários.

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