Cinco trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão na Fazenda Beatriz, localizada em Brasilândia, no Mato Grosso do Sul. A propriedade pertence a uma empresa ligada a Carlos Manoel da Silva Antunes, sócio do grupo Via Veneto, conhecido por marcas como Brooksfield.
A ação ocorreu em agosto deste ano, resultando na prisão de dois funcionários da fazenda. Eles respondem por crimes de redução à condição análoga à escravidão e violação de direitos trabalhistas. Segundo o inquérito, os trabalhadores foram recrutados na região para prestar serviços de forma terceirizada.
Um dos envolvidos na contratação é dono de uma empresa que emitia notas fiscais ligadas aos serviços dos trabalhadores resgatados. Ao chegarem, eles ficaram alojados em um curral de cavalos e em um depósito, ambos sem condições básicas de higiene. A jornada de trabalho começava às 6h e seguia até as 16h, de segunda a sábado, e os trabalhadores eram obrigados a comprar alimentos e outros itens vendidos pelos próprios responsáveis pela fazenda. As atividades incluíam limpeza de pasto e aplicação de herbicidas.
A remuneração, segundo os trabalhadores, seria de R$ 180 por hectare trabalhado, mas essa informação consta em denúncia anônima que também aponta possíveis agressões físicas, não confirmadas pela investigação. Antes da fiscalização, os responsáveis retiraram animais do curral para esconder as más condições do alojamento e três dos cinco trabalhadores foram ocultados, com um sexto homem tendo fugido.
Essa não é a primeira vez que o nome de Carlos Manoel da Silva Antunes surge em denúncias desse tipo. Em 2016, ele foi chamado à Assembleia Legislativa de São Paulo para esclarecer acusações envolvendo a Brooksfield Donna, informações apuradas pelo Metrópoles. Comente abaixo com suas opiniões sobre o caso e o que espera das autoridades.

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