Bahia pode adotar parto com anestesia peridural em hospitais públicos — Uma lista de unidades da rede pública da Bahia foi selecionada para implantar um novo procedimento de parto com anestesia peridural, visando reduzir as cesarianas. A relação, obtida com exclusividade pelo Bahia Notícias, integra estudos de viabilização de um projeto de cooperação entre a Fiocruz e a França.
Os estudos ocorrem durante o II Seminário Franco-Brasileiro sobre Analgesia Peridural no Parto, em Salvador, iniciado nesta quinta-feira (18) e que segue até esta sexta (19). O encontro reúne gestores, profissionais de saúde e pesquisadores nacionais e internacionais para colocar a capital baiana no centro desse avanço.
O modelo de atuação, já testado na cidade do Rio de Janeiro, cria procedimentos para incorporar essa iniciativa pela rede hospitalar pública. No seminário, que ocorre no Auditório Lúcia Alencar, da Sesab, foi divulgada a lista de unidades elegíveis para o início do projeto no estado.
Confira as unidades destacadas, considerando dados do Relatório de Informação Hospitalar do DATASUS:
Maternidade do Hospital Geral Roberto Santos (Salvador)
Leitos obstétricos: 60
Partos: 2.210, sendo 753 vaginais (34,07%) e 1.457 cesáreas (65,93%)
Equipe: 47 médicos obstetras, 35 enfermeiras obstetras e 3 anestesistas.
Maternidade Regional de Camaçari
Leitos obstétricos: 64
Partos: 3.340, sendo 1.553 vaginais (46,5%) e 1.787 cesáreas (53,5%)
Equipe: 43 médicos obstetras, 20 enfermeiras obstétricas e 45 anestesistas.
Maternidade do Hospital Regional de Juazeiro
Leitos obstétricos: 30
Partos: 1.139 sendo 369 vaginais (32,4%) e 770 cesáreas (67,6%)
Equipe: 15 médicos obstetras, 22 enfermeiras obstétricas e 11 anestesistas.
Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio (Ilhéus)
Leitos obstétricos: 32
Partos: 2.922 sendo 1.872 vaginais (64,07%) e 1.050 cesáreas (35,93%)
Equipe: 22 médicos obstetras, 12 enfermeiras obstetras e 09 anestesistas.
Maternidade Maria da Conceição de Jesus
Leitos obstétricos: 60
Partos: 2.788 sendo que 1.764 vaginais (63,27%) e 1.024 cesáreas (36,72%)
Equipe: 84 médicos obstetras, 91 enfermeiras obstetras e 43 anestesistas.
Maternidade José Maria de Magalhães Neto
Leitos obstétricos: 136
Partos: 5.566 sendo 2.326 vaginais (41,79%) e 3.240 cesáreas (58,21%)
Equipe: 92 médicos obstetras, 40 enfermeiras obstetras e 15 anestesistas.
Maternidade Tsylla Balbino
Leitos obstétricos: 67
Partos: 2.680, sendo 1.375 vaginais (51,31%) e 1.305 cesáreas (48,69%)
Equipe: 66 médicos obstetras, 22 enfermeiras obstetras e 23 anestesistas.
Incentivo ao parto normal — A proposta do Seminário Franco-Brasileiro é incentivar a busca por iniciativas que garantam a segurança das mulheres e pessoas trans no atendimento pelo SUS, reduzindo a necessidade de cesarianas sem indicação clínica e garantindo um parto mais seguro e humanizado.
Dados divulgados pela Fiocruz indicam que as taxas de cesarianas no Brasil estão entre as mais altas do mundo, com mais da metade dos nascimentos ocorrendo por via cirúrgica. Estimativas recentes situam esse índice entre 56% e quase 60% dos partos, quase três vezes o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta 10% a 15% como ideal no plano populacional.
A iniciativa busca reduzir complicações maternas e neonatais, bem como riscos obstétricos e anestésicos, além de impactos em futuras gestações, associadas ao uso indevido da cesariana.
E você, o que pensa sobre a adoção de parto com peridural nos hospitais da Bahia para reduzir cesarianas? Deixe sua opinião nos comentários e participe da discussão.

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