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Com menor custo, lojas virtuais são aposta de empreendedores

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Os baianos que começaram a empreender na pandemia, quando os serviços online se tornaram a melhor opção de negócio, mostram que a ausência de um ponto fixo não é mais um problema para se ter uma empresa lucrativa. Mesmo depois da crise sanitária, elas continuam ativas e especialistas apontam o menor custo de implementação e funcionamento como vantagens. Segundo o educador financeiro, Raphael Carneiro, a possibilidade de nacionalizar a marca com o alcance gerado na Internet é outro ponto positivo. “Há um menor custo para implementação e funcionamento, já que não precisa de um local fixo, que exigiria pagamentos como aluguel, condomínio, energia, impostos e etc”, destaca. Exemplo disso é a loja de roupas IG Store, de Giuly Fontes, 23 anos. De Mairí, no centro-norte da Bahia, ela abriu a empresa para ter algo com que trabalhar em maio de 2020, período de confinamento por conta da covid-19. Hoje, a loja já fez mais de três mil envios para Salvador, Bahia e todo o Brasil. Ela conta que até tem grupos VIPs para aproximar a relação com os clientes frequentes. “Comecei a vender de forma local, mas isso foi se ampliando. Entramos em marketplaces e fomos captando os clientes para o Instagram. Hoje, estamos no Tik Tok, temos site, mas onde a gente mais converte vendas é no Whatsapp. Criei até um grupo VIP para mandar lançamentos antes do Instagram, pedir sugestões e deixar as clientes mais próximas. É um sucesso”, relata Giuly, que largou até a faculdade de Biologia para se dedicar só ao negócio. A loja virtual funciona também para quem precisa se dividir entre emprego e vendas. Gisele Santos, 27, é dona da Marquinha de Fita, que vende biquínis e roupas fitness para todo o Brasil. Assim como Giuly, ela começou com o negócio no início da pandemia. De lá para cá, não parou mais e coleciona mais de mil entregas feitas para todo o Brasil, mesmo sem a possibilidade de dedicar em tempo integral a empresa. “Sempre tive vontade, mas faltava coragem. Na pandemia, estudei e vi que seria uma boa investir em uma loja virtual. Como sou uma pessoa muito solar e praticante de crossfit, quis trabalhar com o que gosto conheço. Comecei no Instagram com as pessoas que conheço e, hoje, é uma loja que atende clientes de todo o país”, conta ela, que optou pelo Instagram para evitar investimentos muito pesados no início do funcionamento da loja. Os custos mais baixos e as possibilidades de crescimento também trouxeram Lívia Silva, 22, para o empreendedorismo. Ela mora em Monte Gordo e seguiu os passos da mãe, que tem uma loja física. A diferença é o fato de ter começado, há dois anos, com uma loja virtual de biquínis. Dois meses atrás, Livia passou a trabalhar no mesmo modelo de vendas com acessórios, que são produtos com os quais ela tem mais afinidade, criando a Joli Acessórios. “Como tem só dois meses, eu tenho vendido mais aqui onde eu moro. Porém, já fiz envio para Santo Antônio de Jesus. Na loja de biquínis, já tinha conseguido clientes fora do estado. O objetivo é ampliar assim também com a Joli, que é algo que estudei e planejei para fazer da melhor forma possível. É uma possibilidade de começar, sem precisar de todos os gastos que uma loja física implica”, comenta ela. Segundo a analista de atendimento do Sebrae Bahia Rosangela Gonçalves, foi a pandemia que impulsionou a criação de novas empresas online, coincidindo com o momento em que a tecnologia já tinha ferramentas para aumentar a conexão entre consumidor e empresário. “Mesmo que ela não seja totalmente online, podemos dizer que 100% das empresas á estão inseridas no mundo tecnológico, nem que seja com uma ferramenta de mensagens. Isso aproxima o cliente, apesar da distância física, porque facilita a compra de qualquer lugar e a qualquer momento. Depois que mais pessoas perceberam isso, não teve mais volta”, explica. Os desafios Como nem tudo é vantagem para as lojas virtuais, Livia comenta que tem que passar por alguns desafios para vender. Ela cita a falta de confiança como um dos principais. “Às vezes, as pessoas não levam tão a sério, agem como se fosse só uma lojinha. Então, mudar isso e mostrar que a loja que não tem ponto físico é digna de credibilidade é um processo. Mas isso a gente muda com bons serviços”, pontua ela, que pretende conquistar cliente no país inteiro para a Joli Acessórios. Giuly também destaca a confiança como desafio, mas dá caminhos de como superar o problema. “Tem que ter estratégias muito bem executadas para bater meta de vendas, ganhar confiança dos clientes e fidelizar as pessoas. Eu não vendo roupa, vendo experiência e tento me conectar com os clientes por isso porque não falta gente vendendo roupa por aí”, diz. Outro problema que Giuly cita é a instabilidade das plataformas que, quando estão fora do ar, prejudicam o fluxo de vendas e podem derrubar o negócio. “Contra isso, eu procuro colocar a marca em diversos locais para que as vendas continuem seja por Whatsapp, Instagram, TikTok ou site. Não pode estar em um só lugar”, orienta a empreendedora. Os pontos citados pelas duas também são questões paras quais o educador financeiro Raphael Carneiro chama atenção. Ele alerta para os perigos dentro dessa lógica. “Se não tiver um limite de dia e horário, passa a trabalhar a todo instante. Precisa delimitar bem. Também há a necessidade de conhecimento ou de um suporte em relação às redes e aos serviços de venda on-line para não se perder”, afirma. O tempo para Gisele, que tem um trabalho formal, é uma das maiores questões. “Como eu trabalho CLT também, lidar com o tempo que você precisa dedicar é difícil. Porém, a gente vai se adaptando, criando estratégia e melhorando para não sofrer com isso e também ter o nosso tempo além do trabalho”, desabafa a empreendedora, que se empenha ao máximo para se fazer presente junto aos clientes. Gisele alerta também para a necessidade de, mesmo em negócios on-line, registrar a marca para não correr risco de perder o nome para a concorrência. O Agenda Bahia 2023 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Unipar, apoio institucional do Sebrae, apoio da Wilson Sons, Salvador Bahia Airport e 4events e parceria da Braskem e Rede+.
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