Desoneração da folha de pagamentos cria nova frente de batalha entre governo e Congresso

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos


fta20240426100

A medida que mantém a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores até 2027 gerou polêmica entre o Congresso Nacional, STF e o governo federal. Defensores alegam que a proposta visa estimular o crescimento econômico, enquanto o governo questiona o impacto financeiro. A desoneração da folha, adotada pela Medida Provisória nº 540/2011 e convertida em lei, substitui a contribuição previdenciária patronal por alíquotas sobre a receita bruta. Beneficia setores como confecção, construção civil, tecnologia da informação, entre outros. Em agosto de 2023, o Senado aprovou o projeto que prorrogava a desoneração e reduzia a alíquota da contribuição previdenciária de municípios. O veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi derrubado e a desoneração continuou valendo.

Para equilibrar as contas públicas, o governo editou a MP 1.202/2023, que revogou trechos da lei e criou a reoneração gradual. O Congresso reagiu, e o governo editou a MP 1.208/2024, que previa a discussão da desoneração em um novo projeto de lei. Neste mês, o Palácio do Planalto recorreu ao STF para suspender trechos da lei. O ministro Cristiano Zanin suspendeu a desoneração, alegando falta de observância constitucional. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerou um erro o governo acionar o STF, com duras críticas à “judicialização” promovida pelo Palácio do Planalto. Segundo Pacheco, a ação da AGU (Advocacia-Geral da União) é “catastrófica”. A medida está em votação no plenário virtual do Supremo, com 5 votos a zero a favor da suspensão da desoneração.

A medida da desoneração, criada em 2011 e prorrogada várias vezes, permite alíquotas reduzidas sobre a receita bruta para 17 setores da economia. A nova prorrogação foi aprovada pelo Congresso, mas vetada pelo presidente Lula. Após o veto ser derrubado pelo Congresso, a AGU recorreu ao Supremo. No momento, ela está suspensa devido a uma liminar de Zanin. O Senado recorreu contra essa decisão e argumenta que o benefício fiscal a 17 setores da economia não afeta as contas públicas, mencionando o recorde de arrecadação federal no primeiro trimestre deste ano. O desentendimento entre o Palácio do Planto e o Parlamento acontece em um momento em que o chefe do Executivo cobra de seus ministros mais diálogo com os parlamentares. O episódio, no entanto, deve esfriar a relação entre Executivo e Legislativo.

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Copom reduz taxa Selic para 10,50% ao ano, um corte de 0,25 ponto percentual

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (8) reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual e a taxa passou de 10,75% para 10,50% ao ano. Este foi o sétimo corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto de 2023. No início do ciclo de cortes

Deputados podem votar nesta quarta-feira taxação de compras internacionais de até US$ 50

Deputados da Câmara têm a expectativa de votar nesta quarta-feira (8) a taxação de compras internacionais de bens de até US$ 50. O dispositivo está incluído como um “jabuti” no projeto de lei que institui o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), com incentivos a empresas do ramo automotivo que investem em sustentabilidade.

Deputado Alex Madureira visita cônsul e fortalece laços com Coreia do Sul

Na manhã da terça-feira (7), o deputado estadual Alex Madureira visitou o Consulado Geral da República da Coreia do Sul em São Paulo, o único na América Latina, onde foi recebido pelo Cônsul Geral, Insang Hwang. Durante a reunião, foram discutidos temas importantes relacionados às relações institucionais e econômicas entre o Estado de São Paulo