DPU faz visita técnica a quilombo na região do Porto de Aratu alvo de disputa judicial pela Codeba

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Nesta segunda-feira (15), a Defensoria Regional de Direitos Humanos (DRDH) na Bahia acompanhará visita técnica à comunidade quilombola Boca do Rio, na região do Porto de Aratu, em Candeias. O local é alvo de disputa entre quilombolas e a Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), empresa pública responsável pela administração do porto e pela ação que pede a retirada dos moradores da área conhecida como “Prainha”.

 

O objetivo da visita é ouvir a comunidade e traçar medidas para que haja o cumprimento da convenção 169 da OIT, o primeiro tratado internacional vinculante que trata especificamente dos direitos dos povos tribais e indígenas e reconhece a autonomia, a importância das terras tradicionais e a necessidade de preservar línguas, costumes e formas de auto-organização dessas comunidades originárias.

 

Além da DPU, integrarão a comitiva representantes do Ministério da Igualdade Racial (MIR), do Ministério da Justiça (MJ), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Superintendência de Patrimônio da União (SPU).

 

A DISPUTA

Na ação, o argumento utilizado pela Codeba contra os quilombolas é o risco de ter famílias habitando o entorno do porto, que escoa grande parte dos produtos químicos na Bahia e está localizado na Região Metropolitana de Salvador. Entretanto, a empresa pública nunca comprovou ser impossível a coexistência entre quilombolas e as empresas que atuam no local.

 

A Fundação Palmares reconheceu a comunidade como remanescente dos povos de quilombo e o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), estudo feito pelo Incra, está sendo finalizado.

 

No último dia 5 de abril, uma audiência de conciliação foi realizada na 17ª Vara Federal de Salvador, mas não houve consenso. A comunidade não aceita as propostas e alega relação ancestral e vínculo com a terra.

 

Na audiência, a DPU destacou a necessidade de uma consulta aos moradores e defendeu que houvesse um esforço da Codeba no sentido de se abster de retirá-los e de minorar os impactos do empreendimento. Na ocasião, a empresa pública admitiu a possibilidade de coexistência de empresas e comunidade no local e disse estar aberta a outras propostas. A juíza titular da 4ª Vara Federal suspendeu o processo por 90 dias para realização da consulta.

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Garçom mata vereador e esfaqueia mais dois no interior do Ceará

Um garçom matou um vereador a facadas em um restaurante no interior do Ceará. Além disso, o homem esfaqueou o dono do restaurante e mais um cliente, que estavam no estabelecimento, no domingo (28). Suspeito já está preso e ainda não se sabe ao certo a motivação do crime.   De acordo com o G1

Morta na casa do padrasto: envolvidos terão 1ª audiência nesta 3ª

Os envolvidos no caso da morte de Isabela Dourado de Oliveira (foto em destaque) passarão pela primeira audiência de instrução nesta terça-feira (30/4). A menina morreu em 5 de fevereiro deste ano, quando sofreu uma parada cardíaca após, supostamente, sofrer a violência sexual. O padrasto da vítima, homem com quem a mãe e a criança moravam

Em parceria com o SAC, TRE-BA leva atendimento a escolas de Ilhéus e Vitória da Conquista

O projeto TRE em Todo Lugar segue oferecendo atendimento por meio do SAC itinerante em instituições estaduais de ensino da Bahia, com itinerário pelos municípios do interior do estado.  Entre esta segunda (29) e sexta-feira (3), os serviços eleitorais estarão disponíveis para os alunos do Centro Estadual de Educação Profissional do Chocolate Nelson Schaun, em