Homem preso injustamente por estupros é inocentado depois de 12 anos

Publicado:

São Paulo — Um homem negro condenado a mais de 130 anos de prisão foi inocentado na última terça-feira (14/5), pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois de ter ficado mais de 12 anos preso por estupros contra mulheres ocorridos na Grande São Paulo entre os anos de 2010 e 2012.

Carlos Edmilson da Silva tinha 24 anos quando foi preso.

As mulheres relataram que os ataques ocorriam perto da Rodovia Castello Branco. O jardineiro negava os crimes.

Na época, ele foi reconhecido por foto e presencialmente por vítimas na delegacia. Acabou julgado e condenado à prisão em regime fechado pelos estupros.

Agora, Carlos Edmilson foi inocentado após exames de DNA afastarem a possibilidade de que ele ser autor de cinco crimes. Outras condenações foram revertidas com a demonstração de que os atos de reconhecimento não seguiram o Código de Processo Penal. O caso, divulgado pela TV Globo, foi confirmado pelo Metrópoles.

De acordo com a emissora, o verdadeiro abusador foi identificado pelo Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística como José Reginaldo dos Santos Neres, de 34 anos, que cumpre pena por roubos na penitenciária de Itaí, no interior paulista.

O material genético de José Reginaldo foi encontrado em cinco das dez vítimas. As outras cinco vítimas não fizeram exame sexológico. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele.

O projeto Innocence Project Brasil, uma associação sem fins lucrativos que trabalha na questão das condenações de inocentes no país, atuou na defesa do jardineiro para a reavaliação do caso.

Nas redes sociais, o projeto defendeu que o caso mostra a importância da qualidade da prova produzida no processo penal. “Infelizmente, C.E.S. (Carlos Edmilson da Silva) não terá de volta os 12 anos que passou preso. Por isso, foi muito significativo o pedido de desculpas da Ministra Daniela Teixeira na sessão de julgamento do último Habeas Corpus”, publicou o Innocence Project Brasil.

A Polícia Civil de São Paulo afirmou à TV Globo que, se constatadas irregularidades na investigação, “medidas cabíveis serão tomadas, inclusive com abertura de procedimento apuratório junto à Corregedoria. A Instituição destaca que exerce suas atividades dentro da lei, de forma rigorosa, imparcial, e preza por apurações minuciosas”, completa a nota.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Empresas destinam R$ 6,2 bi para ações sociais com foco em educação

No Brasil, empresas e instituições investiram R$ 6,2 bilhões em ações sociais em 2024. Dados da pesquisa Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC)...

Tim Bernardes leva o diálogo entre Brasil e mundo no Estilo Brasil

Tim Bernardes é uma das vozes mais marcantes da nova geração da música brasileira. No dia 8 de novembro, ele se apresentará no...

Jogador e técnico da NBA são presos por esquema de apostas ilegais em operação ‘Royal Flush’ do FBI

Nesta quinta-feira (23), o FBI anunciou o desmantelamento de um grande esquema de jogo ilegal nos Estados Unidos, resultando na prisão de 31...